Tite diz que poupar atletas no Brasileiro é escolha dolorida
Amanhã, contra o Santos, entra em campo o Corinthians vencedor, que tenta a façanha inédita de chegar à final da Libertadores.
Seria a primeira vez desde 2003 que uma equipe estaria na final invicta. Naquele ano, o Santos não foi derrotado até a decisão, quando sucumbiu ante o Boca Juniors.
O Corinthians que joga amanhã é um time que levou apenas dois gols, ostentando a melhor defesa, e venceu todos os jogos no Pacaembu.
Bem diferente do Corinthians do Brasileiro, que tem o pior início de competição do clube desde em 2003, quando foi implantado o sistema de pontos corridos.
Com apenas um ponto em cinco partidas e ocupando a última colocação, escancarou a deficiência do elenco.
"A relação de confiança com o grupo só se alcança quando se consegue os resultados. Se não, vem a contestação", admitiu Tite.
O técnico corintiano não titubeia ao falar da importância do jogo de amanhã. "É o jogo mais importante da história do clube. É evidente."
A aposta em dividir o elenco, e consequentemente as campanhas, é evidenciada no dia seguinte a um jogo. Ontem, os reservas, que foram os titulares na derrota para a Ponte Preta, estavam na piscina, em recuperação.
No campo, o time principal pôde fazer um treino tático, algo que seria impossível se eles tivessem entrado em campo anteontem. Apenas Fábio Santos foi poupado, com dor na coxa esquerda. Mas joga, garantiu Tite.
"O torcedor tem que entender que essas escolhas têm de ser feitas. São doídas, machucam, mas precisam ser feitas", afirmou o treinador.
Escolha que de repente se transformou em susto. No finalzinho do treino, em uma jogada perdida na lateral do campo, o zagueiro titular Chicão torceu o tornozelo direito. Dor e saída de campo.
O jogador será reavaliado hoje. Parece ter sido apenas um susto, mas arrumou mais um argumento para Tite se gabar da tática de não escalar seus principais atletas no Brasileiro até o fim da Libertadores. "Imagina se fosse em um jogo [a torção de Chicão]?", questionou.
ELENCO
A falta de opções fez Tite coçar a cabeça quando questionado sobre quem substituirá Chicão, caso o zagueiro não se recupere.
"Um: Wallace. Dois: Marquinhos", enumerou, após pensar por alguns segundos.
A poucos metros de onde Chicão torceu o pé, Paulo André, titular na campanha do título brasileiro do ano passado, treinava, separado, arrancadas e rebatidas. Ele esteve no banco contra a Ponte, mas não está inscrito na competição continental.
Para a vaga de Emerson, expulso na primeira partida da semifinal, o treinador confirmou Willian no ataque.
Mas testou Liedson em parte do treinamento. O mesmo atacante que anteontem reclamou, ainda que de forma polida, que merecia ser titular do Corinthians.
"Liedson falou, mas foi respeitoso na sua maneira de falar. Pelos treinamentos e pelas partidas, é isso que analiso [para definir] as chances de jogar", disse o técnico.
Comentários