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Política
Terça - 19 de Junho de 2012 às 16:09

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O juiz da 7ª Vara Criminal da Justiça Federal em Mato Grosso, Paulo Cézar Alves Sodré, aceitou denúncia oferecida pela Procuradoria da República no Estado contra nove envolvidos no escândalo que ficou conhecido como os “aloprados”.

A decisão do magistrado em transformá-los em réus é do último dia 15, após seis anos do episódio em que integrantes do PT foram acusados de tentar comprar um dossiê contra o ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB), então candidato ao governo de São Paulo.

Em 2006, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como "aloprados" os petistas que participaram do caso. O suposto documento tentava ligar o tucano com a máfia dos sanguessugas, de venda superfaturada de ambulâncias para prefeituras e órgãos públicos.

O procurador da República Douglas Santos Araújo, um dos responsáveis por formalizar a denúncia contra os nove acusados, diz que o documento foi oferecido à Justiça no dia 14 deste mês.

Na lista dos réus estão Gedimar Pereira Passos,Valdebran Carlos Padilha, Jorge Lorenzetti, Expedito Afonso Veloso, Osvaldo Bargas, Hamilton Feitosa Lacerda,Fernando Manoel Ribas Soares, Sirley da Silva Chaves e Levy Luiz da Silva Filho.

O caso
Na madrugada do dia 15 de setembro de 2006, a Polícia Federal prendeu dois integrantes do PT em um hotel próximo ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Com eles os policiais apreenderam dólares e reais, totalizando R$ 1,7 milhão.

No quarto do hotel estava o empreiteiro em Mato Grosso Valdebran Padilha, que era filiado ao PT e foi preso em flagrante com o então assessor da campanha à reeleição do presidente Lula, Gedimar Passos. Na ocasião, eles disseram à polícia que se encontraram para negociar um dossiê contra o PSDB.

Valdebran Padilha é um dos réus no caso e pretende recorrer da decisão. O advogado Roger Fernandes disse ao G1 que tomou conhecimento da ação penal recentemente e está analisando os procedimentos cabíveis. No entanto, anunciou que deverá ingressar inicialmente com um habeas corpus na tentativa de trancar o processo.

O advogado de Hamilton Lacerda disse "estranhar a denúncia". "Causou estranheza o oferecimento da denúncia quase seis anos depois do fato. Só vou me manifestar após conhecer o teor da denúncia", afirmou o advogado Alberto Toron.

Sirley da Silva Chaves declarou à reportagem que não tinha conhecimento da decisão judicial e, por isso, decidiu não se manifestar. Já a defesa de Expedito Veloso e Oswaldo Bargas, que também configuram na lista, informou que está reunindo informações sobre a ação e não vai se manifestar por enquanto.

O G1 tentou entrar em contato com Gedimar Pereira Passos, mas não houve resposta sobre a denúncia até a publicação desta reportagem.  A reportagem também ligou para a empresa Vicatur, onde trabalha Fernando Manoel Ribas Soares. Um secretário ficou com o recado, mas até a última atualização desta reportagem, Fernando ainda não havia dado resposta.

De acordo com a decisão, o magistrado concedeu prazo de dez dias para que os acusados apresentem sua versão sobre a denúncia, mesmo que por carta precatória, pelo fato de alguns não morarem em Cuiabá.

* Colaborou G1, em Brasília





Fonte: Do G1 MT

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