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Polícia
Quarta - 20 de Junho de 2012 às 03:42

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A segunda audiência de instrução do caso de Queimadas, no Agreste paraibano, em que cinco mulheres foram estupradas e duas delas assassinadas em fevereiro deste ano, aconteceu durante toda a segunda-feira (18) no Fórum da cidade. E, de acordo com um dos promotores, durante os depoimentos foi apontada a existência de um grupo de extermínio na região. O Ministério Público e a Polícia Civil já estão investigando a informação.

Segundo o promotor Márcio Teixeira, o acusado Eduardo, apontado pela polícia e pelo MP como o mentor de toda a ação, teria revelado a existência de um grupo de extermínio que atuaria na região do Agreste. "Ele nega a versão do Ministério Público [que o acusa de ser o mentor do estupro coletivo] e levantou esta outra hipótese de que um grupo queria matá-lo e teria invadido a casa na noite dos crimes. Ele disse que as meninas teriam sido mortas por esse grupo".

Ainda de acordo com ele, o MP já solicitou à Polícia Civil que fosse investigada a informação. Ele acha que o grupo possa existir, mas que o acusado revelou isto para desviar o foco da audiência. "De qualquer forma, já repassamos a informação para o Delegado Regional de Campina Grande, André Rabello, que já iniciou diligências e investigações", concluiu.

Eduardo teria revelado detalhes de como funcionaria o esquema do grupo, mas as informações não foram repassadas à imprensa para não atrapalhar nas investigações da polícia. O promotor explicou que será feita uma investigação paralela, que não terá influência no julgamento do processo que os acusados estão respondendo.

Na segunda-feira, o advogado de acusação, Félix Araújo, disse que uma testemunha de defesa teria revelado que recebeu uma ligação dias antes da audiência. A ligação teria sido de alguém de dentro do presídio orientando que o depoimento incluísse a ação deste grupo citado pelo acusado.

O promotor confirmou que a testemunha teria revelado o recebimento da ligação durante a audiência. Ele disse que já acionou o Ministéio Público em João Pessoa para cobrar respostas da direção do Presídio de Segurança Máxima PB 1, onde estão detidos os sete acusados.

Polícia monta operação de segurança para receber suspeitos no Presídio PB1 (Foto: Walter Paparazzo/G1)
Eduardo disse em audiência que existe um grupo de
extermínio em Queimadas, que seria responsável pela
morte das jovens (Foto: Walter Paparazzo/G1)

O advogado de defesa no processo, Paulo de Tarso, disse que seu cliente nega ter telefonado para testemunhas e que isso deve ser investigado. Tarso também informou que, para a defesa, a probabilidade é de que haja condenação, visto que as três vítimas sobreviventes reconheceram os réus em seus testemunhos.

A audiência terminou por volta das 19h30 da segunda-feira (18) os acusados e 12 testemunhas de defesa. Foram aproximadamente dez horas e meia de oitivas. De acordo com informações da assessoria da juíza, após a partir de agora será aberto o prazo para que os advogados da defesa e da acusação façam suas alegações finais. Após esta etapa, ou ainda, caso os advogados não tenham mais nada para acrescentar ao processo, a juíza deve proferir a sentença.

Ainda de acordo com a assessoria, apenas o acusado Eduardo dos Santos Pereira deve ir a júri popular, por ter sido apontado pelos exames da perícia como o autor dos disparos que mataram a professora Isabela Pajuçara Frazão Monteiro, de 27 anos, e a recepcionista Michele Domingues da Silva, de 29. A autoria dos disparos foi comprovada através dos depoimentos tomados e exames periciais realizados.

Os outros acusados confessaram o crime em parte. O advogado Paulo de Tarso, explicou que o processo de Eduardo dos Santos Pereira deve ser mais demorado, pois ele está sendo acusado de duplo homicídio. “Como Eduardo é acusado do homicídio, o processo dele é mais demorado que os demais, ele certamente vai a júri popular. Já os outros respondem por estupro, formação de quadrilha, cárcere privado e outros crimes. Eles receberão a sentença da juíza Flávia Batista, de Queimadas”, explicou o advogado. A sentença da juíza para esses crimes deve sair até o fim de julho, segundo ela. O julgamento de Eduardo pelo duplo homicídio deve demorar mais um pouco.

Acusação
Conforme as investigações da Polícia Civil e a denúncia feita pelo Ministério Público da Paraíba, cinco mulheres foram estupradas e duas delas assassinadas durante uma festa. Para a polícia, os estupros teriam sido planejado pelos irmãos Luciano e Eduardo dos Santos Pereira, que teriam convidado amigos para abusar sexualmente de mulheres convidadas de uma festa promovida por eles.

Os irmãos teriam simulado a chegada de assaltantes na casa e usado máscaras e capuzes para não serem reconhecidos. Duas das vítimas teriam conseguido ver as pessoas que as violentavam e por isso foram tiradas da casa e executadas.
Os dez rapazes estão sendo acusados por estupro, cárcere privado, lesão corporal, formação de quadrilha. Eduardo, no entanto, está sendo acusado isoladamente também por duplo homicídio e posse ilegal de arma.

Os adolescentes podem passar até três anos internados no Lar do Garoto, em Lagoa Seca, mas a cada seis meses poderão ser reavaliados. Dependendo do comportamento dos menores de idade, o tempo de internação pode ser reduzido.

O crime

Michele e Isabela foram estupradas e mortas durante festa (Foto: Reprodução/TV Globo)
Michele e Isabela foram estupradas e mortas
durante festa (Foto: Reprodução/TV Globo)

No dia 12 de fevereiro de 2012 duas mulheres foram assassinadas na cidade de Queimadas, no Agreste da Paraiba. Segundo a Polícia Militar, elas estariam em uma festa de aniversário em uma casa com dez homens e outras três mulheres. Os homens são acusados de estuprar as cinco e matar duas delas. As mortes teriam acontecido porque as vítimas reconheceram os criminosos. Uma delas foi morta com quatro tiros em uma rua central da cidade e a outra foi assassinada com três tiros na estrada para Campina Grande.





Fonte: Do G1 PB

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