AL: prefeito afastado do cargo é solto e ainda recebe salário
Acusado de corrupção, o prefeito da cidade de Rio Largo, Toninho Lins, está em liberdade graças a liminar do desembargador Otávio Leão Praxedes, do Tribunal de Justiça de Alagoas. Segundo o desembargador, Lins não oferece mais risco na coleta das provas, necessárias ao Ministério Público Estadual, para ações de improbidade administrativa. A decisão está publicada no Diário Oficial de Justiça Eletrônico desta quinta-feira.
Em Rio Largo, a 25 km da capital Maceió, correligionários do prefeito foram orientados a recebê-lo com festa.
Mesmo solto, Lins não assume a prefeitura, administrada atualmente pela vice, Fátima Cordeiro, que diz não saber das irregularidades do gestor. Ela demitiu todos os secretários e anunciou auditoria.
Apesar de afastado do cargo, o prefeito permanece recebendo salário porque não teve o mandato cassado. Assim como Lins, todos os vereadores da cidade, que também foram presos, não assumem as funções e continuam a receber os salários. Eles foram soltos na semana passada. Os suplentes assumiram as vagas.
A acusação
O prefeito e os vereadores foram presos em maio, acusados de vender um terreno destinado para construção de casas às vítimas das enchentes de junho de 2010. O terreno foi desapropriado, a pedido do prefeito e com autorização da Câmara de Vereadores, por R$ 700 mil, pagos à Usina Utinga Leão.
Depois, o prefeito encaminhou novo projeto a Câmara, vendendo o terreno por R$ 700 mil - mesmo valor da desapropriação. Investigações do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), do Ministério Público Estadual, apontam que o terreno vale R$ 21 milhões e acumula uma dívida de R$ 50 milhões em impostos.
Nesta quarta-feira, o Gecoc anunciou que investiga, também, o desvio de R$ 1 milhão da prefeitura de Rio Largo, através de 15 empresas, algumas delas fantasmas. Segundo as investigações, o prefeito autorizava licitações, mas superfaturava valores e, na maioria das vezes, não recebia os produtos.
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