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Economia
Quinta - 21 de Junho de 2012 às 14:34

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Divulgação/ Sato Comunicação
Abate de fêmeas cresceu em Mato Grosso.
Abate de fêmeas cresceu em Mato Grosso.
Problemas climáticos iniciados ainda em 2010 responsáveis pela queda na oferta de pastos e associados aos ataques de pragas em 2011 ainda continuam provocando danos à bovinocultura em Mato Grosso. Inverteu-se o fluxo de abates e mais fêmeas foram enviadas às indústrias frigoríficas para suprir as escalas. O resultado repercutiu de maneira imediata: o abate de fêmeas cresceu 19% no primeiro quadrimestre de 2012 e atingiu a marca de 866,1 mil animais, o maior patamar desde 2007 quando foram 939,2 mil animais.

Alerta especialmente para o número de fêmeas com idade superior a 24 meses, pois podem impactar diretamente sobre o rebanho total. Isto porque nesta categoria estão aqueles animais considerados aptos para a produção de bezerros. De acordo com a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), quando o percentual de utilização pelas fêmeas supera 20% equivale a uma redução no plantel.

Luciano Vacari, superintendente da Acrimat, diz que o descarte de fêmeas na atividade é considerado normal quando há equilíbrio. Ou seja, respeitando-se a relação 65% de machos para 35% de fêmeas. "O que faz a escala de abate nos frigoríficos é o macho. Fêmeas só completam. Quando o nível de fêmeas é acentuado, gera preocupação. O pecuarista só abate fêmeas em anos de crises", lembra o dirigente.

Nesta quinta-feira (21) um relatório sobre abate de fêmeas divulgado pela Acrimat e Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) em Cuiabá (MT) mostrou que o número de bovinos pode reduzir à medida que a velocidade dos abates de fêmeas acentuar-se.

Até abril deste ano, 50,2% dos animais enviados para as indústrias eram fêmeas enquanto outros 49,8% machos. Em quatro meses, abateram-se 1,73 milhão de bovinos. O estudo identificou que o volume de fêmeas abatidas no primeiro quadrimestre deste ano tornou-se 19% maior quando comparado ao igual ciclo de 2011.

O setor já concluiu que em 2012 o abate de fêmeas deve ser maior do que o visto ano passado (até abril era 19% superior). Com o cenário configurado, o plantel total (machos e fêmeas) pode cair, interrompendo uma sequência de aumento de quatro anos consecutivos.

"Carregamos problemas desde o ano de 2010. Mesmo com as chuvas registradas este ano não serão suficientes para resolver o problema de pasto uma vez que só é solucionado mediante reformas", lembra Luciano Vacari.

Daniel Latorraca, gestor do Imea, diz que dois são os cenários para a bovinocultura estadual. Tudo dependerá especialmente dos exemplares fêmeas acima de 24 meses abatidos. Em 2011, por exemplo, em Mato Grosso abateram-se 18,4% das fêmeas com a idade indicada. Ou seja, 2,1 milhões de cabeças de um total de 11,8 milhões de rezes (de mesma faixa etária).

Como o percentual ainda manteve-se abaixo de 20% traduziu sinal de equilíbrio na cadeia. Se em 2012 a taxa de aproveitamento de fêmeas permanecer em 18% o estado deve abater 2,21 milhões de fêmeas. Isto, por sua vez, não impactaria de forma drástica no plantel total. Ficaria estabilizado e o estado com pouco mais de 29,2 milhões de animais.

Realidade diferente caso em Mato Grosso não freie a curva de crescimento no percentual de abates. O cálculo do Imea traduz a preocupação dos pecuaristas.

Se a utilização de fêmeas for acima de 21,4% (mesma dos chamados anos de crise para a pecuária, como em 2007), a consequência será direta. Mato Grosso abaterá 2,57 milhões de animais ao final do ano. Impacto também sobre o plantel total. De 29,1 milhões de cabeças passaria a 28,60 milhões, recuo de 2%.

"Estas fêmeas acima de 24 meses devem ser a principal responsável pela redução de 2% no rebanho bovino de Mato Grosso, uma vez que representam 41% do rebanho total do estado. Somente o número destes animais com a idade indicada deve recuar 3,5%", lembra Latorraca, gestor do Imea.

Recuo anual
De acordo com a Acrimat e Imea, em 2006 a variação do abate de fêmeas chegou a 24,4% (acima do limite) e provocou uma queda no rebanho de 2,5%. Em 2007 o uso destes animais chegou a 2,9% e baixou em 1,7% o plantel. No entanto, frisa Vacari, nos quatro anos seguintes a variação chegou a, no máximo, 18,4% em 2011, quando o aumento do rebanho chegou a 1,4%, identificaram Imea e Acrimat.

Outra conclusão que traz o estudo inédito divulgado pelas entidades é que seriam pelo menos 2 anos para que a velocidade dos abates de fêmeas cesse.





Fonte: Do G1 MT

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