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Política
Sábado - 23 de Junho de 2012 às 12:36

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O ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Luiz Antonio Pagot, afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, que está sofrendo perseguição de pessoas ligadas ao Governo Dilma Rousseff para não fale à CPI do Cachoeira.

Pagot reafirmou a disposição de ir à Comissão e que tem enfrentado constrangimentos diários. Na semana passada, ele teve um requerimento de convocação para que falasse à CPI barrado pela tropa de choque governista. "

"Em todo lugar que eu desembarco, tem gente me esperando para me constranger. Até na empresa onde trabalho estão me perseguindo. A situação está muito ruim. Deixei de frequentar meus amigos para não colocá-los em risco", disse o ex-chefe do DNIT, na entrevista.

Indicado pelo então governador Blairo Magi (PR) para comandar a autarquia, em 2009, Pagot foi defenestrado da cúpula do DNIT em meados de 2011, após denúncias de que o órgão havia montado um esquema de pagamento de propina para os chefes do PR, partido ao qual era filiado, em troca de contratos para obras.

O escândalo atingiu também o primeiro escalão do Ministério dos Transportes e culminou da demissão do ministro Alfredo Nascimento (PR-AM).

O executivo alega que há “muita gente” que teme o que pode revelar na CPI.

Confira a íntegra da reportagem ou clique AQUI:

Luiz Antonio Pagot diz que Governo barra sua ida à CPI

Após ter um requerimento de convocação para que falasse à CPI do Cachoeira barrado pela tropa de choque governista, o ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Luiz Antonio Pagot, afirma estar sofrendo perseguição de pessoas ligadas ao governo para que não fale à comissão.

Pagot, que afirmou estar disposto a ir à CPI, disse ao GLOBO que tem enfrentado constrangimentos diários.

— Em todo lugar que eu desembarco tem gente me esperando para me constranger. Até na empresa onde trabalho estão me perseguindo. A situação está muito ruim. Deixei de frequentar meus amigos para não colocá-los em risco — afirma.

Pagot foi defenestrado da cúpula do Dnit em meados do ano passado após denúncias de que o órgão havia montado um esquema de pagamento de propina para os chefes do PR, partido ao qual era filiado, em troca de contratos para obras. O escândalo atingiu também o primeiro escalão do Ministério dos Transportes, de onde o senador Alfredo Nascimento (PR-AM) acabou apeado. Interceptações telefônicas feitas com autorização da Justiça mostraram que o contraventor Carlinhos Cachoeira comemorou a saída de Pagot do Dnit. Segundo o ex-diretor, a quadrilha do bicheiro trabalhou pela sua queda por supostamente não ceder a pressões para que favorecesse a empresa Delta em contratos com o órgão.

O ex-diretor-geral do Dnit relata estar seguro de que os agentes que o perseguem são “emissários do governo”, pois afirma conhecer essas pessoas. Segundo Pagot, foi o Planalto que forçou a rejeição do requerimento para que fosse convocado a depor na CPI na semana passada. O ex-dirigente alega que há “muita gente” que teme o que pode revelar.

— A Casa Grande teve que atuar com muita força para evitar a minha convocação na CPI. Dezessete a treze foi um placar muito apertado.

O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), um dos parlamentares que trabalhou para derrubar a convocação, nega interferência do governo no caso:

— O governo não está atuando de nenhuma forma nesta CPI. Não recebi orientação nenhuma de ministro, líder ou da presidente da República — diz.

O deputado, no entanto, reafirma que Pagot não deve ser convocado para depor na CPI:

— Tem que ir para a CPI falar quem tem relação com a organização criminosa investigada. Ao que me consta, o senhor Pagot não teve relação direta ou indireta com Cachoeira. Se tem denúncias de outra natureza, não é a CPI que irá investigar.

Há três semanas, Pagot concedeu entrevistas relatando suposto uso irregular da estrutura do governo para arrecadar verbas para campanhas.

Agora, afirma que somente voltará a fazer denúncias do tipo à CPI, já que, segundo alega, quer que os fatos tenham “consequências jurídicas”.

Em Goiás, a Assembleia Legislativa irá votar, na próxima terça-feira, requerimento de convocação de Pagot apresentado por aliados do governador Marconi Perillo (PSDB). A avaliação no Congresso é de que o pedido tem mais possibilidades de ser aprovado na comissão goiana do que em Brasília, onde a maioria aliada prevalece.





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