Na quinta-feira, a Marinha mexicana exibiu para a imprensa aquele que eles julgavam ser Jesús Alfredo Guzmán, conhecido como """"El Gordo"""", cujo pai comanda o poderoso cartel de Sinaloa.
Mas na verdade, o homem detido e apresentado publicamente era um vendedor de carros chamado Félix Beltrán León.
Na ocasião da detenção, as autoridades mexicanas disseram que se tratava da mais importante detenção realizada no país nos últimos anos e que Guzmán era uma figura em ascensão dentro do cartel.
Seu pai, Joaquin Guzmán, conhecido como """"El Chapo"""" ou """"O Baixinho"""" está escondido desde que fugiu da prisão em 2001.
O cartel Sinaloa controla boa parte do tráfico de cocaína, maconha e metanfetaminas para os Estados Unidos.
Da glória ao fracasso
Em menos de um dia, o incidente, que a princípio parecia ser um trunfo contra um dos maiores cartéis de drogas no México se tornou um constrangimento para o governo do presidente Felipe Calderón.
A Agência de Combate às Drogas dos Estados Unidos chegou a elogiar a prisão do homem que julgavam ser um dos cabeças do cartel de Sinaloa.
Pouco antes da admissão pública do equívoco por autoridades do México, um advogado que representava a família Guzmán divulgou um comunicado negando que o suspeito preso fosse filho do megatraficante.
A mãe de Beltrán também deu entrevistas a jornalistas negando que seu filho ou sua família tivessem quaisquer ligações com o cartel de Sinaloa.
Algumas horas depois, o governo promoveu alguns testes de identidade, e foi forçado a admitir que havia cometido um grande erro.
Histórico
Joaquin "El Chapo" Guzmán foi preso em 1993, mas conseguiu escapar oito anos depois escondido dentro de uma cesta de roupas sujas.
O Departamento de Estado americano ofecereu uma recompensa por informações que levem à sua captura no valor de US$ 5 milhões (cerca de R$ 10 milhões).
Segundo o correspondente da BBC no México, Will Grant, a ação malograda só faz reforçar dúvidas sobre a lisura e a competência dos serviços de inteligência mexicanos e sobre as operações de prisão de traficantes no país.
Além disso, há poucas fotos recentes dos grandes nomes do tráfico no país, o que poderá levar a mais casos de identidade confundida por parte das autoridades do país.
A violência ligada ao tráfico de drogas já matou mais de 55 mil pessoas no México desde que o presidente Felipe Calderón declarou guerra aos cartéis há seis anos.
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