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Segunda - 25 de Junho de 2012 às 20:26

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O delegado Marcelo Martins Torhacs, de Lucas do Rio Verde, admitiu que pessoas próximas ao convívio do jovem Oziel de Oliveira, 22 anos, podem estar envolvidos na trama que resultou em sequestro com o objetivo de extorsão. No domingo, Oziel foi levado por dois homens que usavam uma motocicleta quando ele chegava em sua casa, por volta das 23 horas, após sair da casa da namorada. Ele foi resgatado nesta segunda-feira, 25, momento em que fazia o saque do dinheiro que arrecadou na campanha para uma cirurgia de correção facial.
 
A declaração do delegado está embasada em alguns cuidados que os sequestradores tiveram durante o período em que Oziel ficou no cativeiro, uma área de mata ciliar próximo a um milharal na saída para Nova Mutum, no Norte do Estado. O local foi preparado de forma a preservar a vida do rapaz, que está em tratamento para reconstituição de sua face. Oziel foi alvo de uma campanha que arrecadou R$100 mil para o tratamento, já que o rapaz perdeu parte de seu rosto consumido por um câncer degenerativo. Diante dessa realidade, os sequestradores atuaram para fazer com que o rapaz não adoecesse ou sofresse muitos danos estando cativo. Eles usaram algemas de plástico e durante a noite, quando a vítima permaneceu no local, tiveram o cuidado de afrouxar e até cortar as algemas.
 
O local onde Oziel passou a noite fica localizado na saída próximo ao bairro Jardim das Américas, antigo Venturini, e à Prefeitura Municipal. O cativeiro é em meio a mata ciliar, distante cerca de 20 metros mata adentro. Os bandidos levaram caixas de papelão, lona preta e até um colchão. Eles elevaram o local onde a vítima ficou imobilizada para que insetos não o alcançassem. Oziel levou os policiais civis e militares até o local. Como ficou o tempo todo de cabeça baixa, não pode identificar quem eram as pessoas que o sequestraram.
 
O delegado disse que ainda não pode enumerar quantas pessoas participaram do sequestro, mas adiantou ser mais de três pessoas. Agora a polícia trabalha para identificar os autores do sequestro. Além de Oziel, familiares devem prestar depoimento ao delegado Marcelo Torhacs.
 
Após passar a noite no cativeiro, Oziel foi trazido até o centro da cidade. Antes, porém, ele foi orientado a ligar para familiares, informando que havia sido deixado em uma ponte de madeira sobre o Rio Verde, na saída para Morocó. No entanto, o ato foi uma forma para despistar a polícia, pois ele foi levado até a agência Bradesco, efetuar o saque. Como a história do sumiço do jovem ganhou a cidade pela manhã, com a possibilidade de sequestro, funcionários da agência estranharam sua presença e acionaram uma guarnição da Polícia, que fez o resgate. Um dos bandidos que estava com Oziel percebeu a chegada da guarnição e empreendeu fuga.
 
A vítima deve ser encaminhada para exame de corpo de delito. Conforme o delegado, ele apresentou hematomas pelo corpo, resultado do período em que ficou algemado no cativeiro. Quando chegou à delegacia, no final da manhã, o rapaz estava muito abalado e chorava bastante.
 






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