Após três meses de campanha e três dias de pausa nas propagandas eleitorais, no domingo serão abertos mais de 143.000 centros de votação em todo o país a partir das 08h00 na Cidade do México (10h00 de Brasília).
Todas as pesquisas previram na quarta-feira uma vitória do candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI), formação que governou o país de 1929 a 2000, com uma vantagem que variava entre 10 e 17 pontos.
A eleição deste domingo não terá segundo turno.
As mesmas pesquisas indicaram no segundo lugar Andrés Manuel López Obrador, candidato da coalizão de esquerda Movimento Progressista, que há seis anos ficou em segundo, mas com uma desvantagem de apenas 0,56% dos votos, e em terceiro Josefina Vázquez Mota, do governante Partido da Ação Nacional (PAN, direita).
Um quarto candidato, Gabriel Quadri, do pequeno Aliança Nacional (Panal), vem depois nas sondagens, com entre 2,7% e 4%.
Algumas pesquisas também indicaram um índice de abstenção em torno de 40%.
Estas eleições serão as mais monitoradas da história do México, com mais de 28.000 observadores, 700 deles internacionais, e cerca de um milhão de cidadãos entre os mesários escolhidos por sorteio e representantes dos partidos políticos.
"Em 99,9% do total das urnas haverá três ou mais representantes de partido e não haverá uma sem representação partidária (...). Tantos olhos e tantas vontades serão uma garantia adicional", disse neste sábado o presidente do Instituto Federal Eleitoral (IFE), Leonardo Valdés.
No entanto, persistem muitas suspeitas em torno do processo.
López Obrador, que em 2006 se negou a reconhecer a derrota e denunciou uma fraude, voltou a colocar algumas dúvidas sobre o atual processo eleitoral.
Nos últimos dias, denúncias dos partidos relacionadas a compras de votos se multiplicaram, assim como as relativas a roubos de urnas, doações de alimentos com fins eleitorais, promessas de programas sociais condicionados e coação de eleitores.
As queixas estão voltadas, principalmente, para o PRI.
O provável retorno desse partido ao poder, do qual foi afastado há 12 anos, afetado por casos corrupção e pelo autoritarismo de seus governos, provocou reações de descontentamento de alguns setores da sociedade mexicana.
Um deles é o movimento estudantil YoSoy132, que surgiu em meados de maio e que acusa alguns meios de comunicação do país de favorecer Peña Nieto, sobretudo a Televisa, maior grupo de televisão de língua espanhola.
O México chega a estas eleições -nas quais também serão renovadas as duas câmaras do Congresso e serão eleitos seis governadores, o chefe de governo da capital, 579 deputados e mais de 900 prefeitos - mergulhado em uma onda de violência desencadeada pelos cartéis do narcotráfico que deixou mais de 50.000 mortos desde dezembro de 2006.
Na campanha eleitoral a insegurança se manifestou em nível municipal, embora na última semana alguns atos de violência tenham sacudido o país.
Alguns candidatos a prefeito desistiram da disputa depois de terem sofrido ameaças, pelo menos dois tiveram suas casas atingidas por tiros e outro foi sequestrado na segunda-feira passada por homens armados e liberado dois dias depois.
A prefeita de uma cidade em Veracruz (leste) também foi sequestrada no domingo passado e foi encontrada morta quatro dias depois.
O Exército, que está encarregado de proteger o material eleitoral, os centros de votação e as urnas com os votos, anunciou que no domingo patrulhará as áreas mais castigadas pela criminalidade.
As pesquisas de boca-de-urna serão divulgadas a partir das 20h00 (22h00 de segunda-feira em Brasília), quando fecham as últimas mesas, no estado da Baixa Califórnia Norte (noroeste).
E às 23h45, hora da capital (01h45 de Brasília), o IFE anunciará os resultados de uma amostra representativa dos centros de votação, embora a apuração vá se prolongar até meados da próxima semana.
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