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Internacional
Sábado - 30 de Junho de 2012 às 21:36

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O grupo de ação sobre a Síria, responsável por buscar um consenso internacional sobre uma transição pacífica no país, concordou, neste sábado (30), que um governo nacional unificado deve ser estabelecido a fim de resolver o conflito entre o presidente Bashar al-Assad e as forças contrárias à sua permanência no poder.

Após a reunião, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse que o plano indica que Assad precisará deixar o poder, mas Rússia e China reforçaram que o processo de transição deve ser conduzido pelos próprios sírios. O ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, se disse satisfeito com o plano, mas afirmou que o documento acordado não implica na saída do presidente. O principal ponto foi que o acordo não tem como intenção impor um processo sobre a Síria, disse ele.

A reunião teve a participação dos ministros das Relações Exteriores dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - Estados Unidos, China, Rússia, França e Reino Unido -, assim como do Iraque, Kuwait e Qatar, membros da Liga Árabe, e Turquia. A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, também participou.

O mediador internacional Kofi Annan disse após as negociações em Genebra que o governo deve incluir membros da administração de Assad e da oposição.

"O organismo de governo transitório exercerá os poderes executivos. Ele poderá incluir membros do atual governo e da oposição e de outros grupos, e deve ser formado com base em um consentimento mútuo", indicou Annan.

Era pós-Assad
Hillary Clinton, durante uma entrevista coletiva à imprensa, disse que o acordo abriu "o caminho para a era pós-Assad". Os Estados Unidos, acrescentou ela, vão convocar o Conselho de Segurança da ONU para submeter ao organismo o acordo.

Ela disse ainda que o plano enviará uma mensagem clara ao presidente Bashar al-Assad de que ele deve deixar o poder. "Assad terá que sair", afirmou. "O que foi feito aqui é arrancar a ficção de que ele e aqueles com sangue nas mãos podem ficar no poder", afirmou a americana.

Rússia e China
Rússia e China, por sua vez , após a reunião, defenderam que o próprio povo sírio decida sobre o plano de transição no país, que não deve ser imposto de fora. O ministro chinês das Relações Exteriores, Yang Jiechi, estimou que o plano de transição "só pode ser dirigido pelos sírios e com o aval de todas as partes importantes na Síria". "Gente do exterior não pode tomar decisões pelo povo sírio".

O chanceler russo, Serguei Lavrov, reafirmou que a decisão sobre o plano de transição "cabe aos próprios sírios". "A maneira certa de conduzir a transição para outra etapa precisa ser decidida pelos próprios sírios", explicou o ministro russo. "Não se pode excluir deste processo qualquer grupo, mas este aspecto está presente em muitas das propostas de nossos interlocutores e estamos convencidos de que isto é inaceitável". 

Levante
Nos 16 meses de levante contra o regime de Assad, acredita-se que o saldo de mortes seja de 15,8 mil pessoas. Um plano de paz da ONU, que previa um cessar-fogo e um recuo de rebeldes e de tropas do governo, foi aceito por Assad, mas nunca cumprido.

Em meio à iniciativa diplomática, a violência continua no país. Mais de 180 pessoas morreram na sexta-feira, depois que tropas sírias alvejaram Douma, um subúrbio de Damasco, e a cidade de Homs.

Neste sábado, de acordo com a BBC, ativistas e testemunhas afirmaram que muitos residentes estavam fugindo em massa de Douma, temendo a ofensiva estatal.

Um ativista disse à agência Associated Press que a situação em Douma é "catastrófica", depois de o subúrbio, um bastião da oposição, ter sido retomado pelas tropas de Assad.

Diferenças
Antes do início da reunião, a Rússia disse que havia "uma chance muito boa" de chegar-se a um consenso, mas um representante americano afirmou que persistiam muitas "dificuldades e diferenças".






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