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Caine construiu jogos na loja de autopeças do pai, mas ninguém aparecia para brincar. Até que seu único cliente resolveu fazer uma surpresa e lotou a loja com nova freguesia.
Menino cria fliperama de papelão, vira filme e sensação nos EUA
A Los Angeles que o mundo inteiro conhece é a Los Angeles de Hollywood, da indústria cinematográfica, da Calçada da Fama, dos turistas que chegam de todas as partes, a Los Angeles de Beverly Hills, das mansões espetaculares das estrelas do cinema.
Mas também existe uma outra Los Angeles: a East L.A. Tradução: zona leste. Lá não tem glamour. Zonas industriais praticamente abandonadas, um comércio decadente e quase não se vê ninguém na rua. Mas é nesse cenário, que parece tão desolador, que está acontecendo uma história emocionante.
O caso do menino que construiu um fliperama com caixas de papelão, na frente da loja de autopeças do pai.
“Meu nome é Caine, tenho 9 anos. Meu fliperama se chama fliperama do Caine. Abre só no fim de semana. E é bem barato”, ele conta.
“Toda vez que o Caine passa na frente de um fliperama, ele para. Ele adora as fichas, os jogos, os prêmios. Então foi natural ele construir seu próprio fliperama. O Caine adora descobrir como as coisas são feitas. Ele desmonta todos os brinquedos para ver como funcionam. Depois não consegue montar de volta. Mas desmontar, ele desmonta!”, diz o pai dele.
“Meu pai tem um monte de caixas, das peças que ele vende. Eu recorto o papelão e faço as máquinas. O primeiro jogo que eu fiz foi de basquete, com uma cesta que eu ganhei de brinde na pizzaria. É muito legal”, diz o menino.
“Ele ficava chamando as pessoas para jogar. Uma ficha custava só alguns centavos. Os jogos foram ficando cada vez mais caprichados. Agora ele ocupou a loja toda”, diz o pai.
“Eu fui o primeiro cliente do Caine, e o conheci por acaso. Fui comprar uma maçaneta pro meu carro velho e dei de cara com esse incrível fliperama de papelão. Eu perguntei quanto custava pra jogar. Ele disse que, por US$ 1, eu podia jogar quatro vezes. Mas, por US$ 2, tinha direito a um passe especial, pra jogar 500 vezes. Comprei o passe”, diz Nirvan, o primeiro cliente do Caine.
“O passe especial é uma pechincha. Ele vale por um mês! Também tenho meus cartões de visita, as fichas, e os prêmios”, diz Caine.
“Para os primeiros prêmios, eu usei meus brinquedos antigos, carrinhos de miniatura. Eu gostava de carrinhos quando eu era pequeno”, conta Caine.
“O jogo que eu construí na sequência foi o de futebol. Primeiro, eu não tinha goleiros, e as pessoas diziam que era muito fácil. Aí eu botei uns soldadinhos no gol. E também na defesa. Aí eu falei: ‘e agora, está fácil?’", afirma.
“Um dia o Caine me disse que queria comprar uma máquina dessas de pegar prêmios. Eu falei pra ele: por que não faz você? E ele fez, usando um gancho e um fio. O Caine comprou calculadoras pra colocar em cada máquina”, diz o pai do menino.
“As calculadoras são por uma questão de segurança, para ver se a ficha não é falsificada. Atrás da ficha tem um número de segurança. Você vem aqui, liga e coloca o número. Aí você aperta aqui e esse número grande aparece. É assim que você sabe se a ficha é de verdade”, diz Caine.
“A maioria das minhas vendas eu faço pela internet. É que quase não passa ninguém aqui. Então a chance de o Caine conseguir um cliente é muito pequena. Mas ele está sempre esperando lá na frente, sentado na cadeirinha, tentando convencer alguém a jogar. Mas ele não tem tido muita sorte” afirma o pai de Caine.
“Mas ele nunca desanima: está sempre limpando os jogos, esperando os clientes. Ele só usa essa camiseta sábado e domingo, quando o fliperama funciona. Caine tem muito orgulho dela, porque ele mesmo criou. Quando as férias acabaram, Caine voltou para a escola e começou a contar para todo mundo que tinha seu próprio fliperama. Ninguém acreditava. Ele nem vai com a camiseta na aula, que é pra não ser zoado”, revela o pai.
“Até que um dia, a minha secretária entrou correndo e disse: ‘você não vai acreditar: tem alguém jogando no fliperama do Caine!’ Eu falei: ‘não é possível!’ E aí fiquei vendo pela câmera de segurança”, conta o pai.
“Eu brinquei no futebol e no basquete. Quando eu fazia pontos, ele entrava por trás da caixa e liberava as fichas”, fala o diretor.
“Igual ao fliperama de verdade! As fichas saem de baixo”, mostra Caine.
“Esse moleque é gênio”, diz Nirvan.
“O Nivan voltou um dia e disse que queria fazer um vídeo sobre o fliperama do Caine. Mas aí eu expliquei que tinha um problema: ele era o único cliente”, diz o pai.
“Eu não acreditei! Só eu comprei o passe especial? Mas é uma pechincha”, diz Nirvan.
“Então ele sugeriu trazer alguns clientes. Eu falei: se você conseguir, nem que seja um só, ele já vai ficar muito feliz”, lembra o pai.
“Aí a gente montou um plano pra chamar Los Angeles inteira pra brincar no fliperama do Caine. A ideia era fazer uma surpresa em um domingo à tarde”, diz o Nirvan.
“Eu pensei: ‘Quem vai vir a um ferro velho num domingo à tarde? E aqui, na periferia? Quem vai aparecer’", lembra o pai de Caine.
“Eu criei um evento no Facebook e um amigo publicou em uma página que tem mais de 230 mil fãs. De uma hora pra outra, virou febre”, conta o Nirvan.
“Eu lia os comentários, que diziam ‘eu queria estar aí, moro em Nova York’. ‘Eu queria estar aí, moro na Europa’", diz o pai.
“O plano é levar Caine para comer pizza. Primeiro a gente passa em um fliperama, depois almoça. Enquanto isso, o Nirvan vai preparando a grande festa. O Caine não tem ideia. Vai ter a maior surpresa da vida dele”, avisa o pai do menino.
“A ideia é juntar o máximo de pessoas pra ir ao fliperama do Caine, e ele ter um dia muito feliz!”, afirma Nirvan.
“O Caine está louco para ter um cliente. Ele vai ser o menino que vai ter a maior surpresa desse mundo”, diz o pai.
O pai tenta convencer o menino a ir mais cedo para casa no dia programado para a surpresa. E ele diz: “Não vai dar”.
Ao chegar ao local, o menino dá de caras com uma multidão de clientes.
Em três meses, o vídeo já foi visto mais de 6 milhões de vezes na internet. Mas como será que está a vida do Caine agora, depois que o vídeo rodou o mundo, passou na televisão? Será que ele continua na loja sozinho, sentado na cadeirinha, esperando os fregueses que nunca chegam? Não. O fliperama do Caine agora vive lotado.
Caine diz que ser famoso é legal. E que no começo achava que só ia ter um cliente por dia.
Até na França ele foi parar. Há duas semanas, foi o palestrante mais jovem da história do renomado festival de criatividade de Cannes. "Fui lá e contei como abri meu próprio negócio", ele diz.
E de qual brinquedo do fliperama ele gosta mais? "Da máquina de pegar fichas", ele responde. E explica como funciona: “você entra lá, as fichas voam pelos ares e você tenta pegar”.
O repórter pergunta se ele se assustou com as pessoas que lotaram a porta da loja depois da divulgação do filme. Ele diz que pensou: “Nossa, quanta gente! É mais gente do que eu vi na minha vida inteira”.
E o futuro? O que será que Caine quer fazer daqui a 20 anos? “Construir videogames, fliperamas e karts de corrida”, diz ele.
Antes de terminar, Caine manda um recado para quem viu esta reportagem no Brasil: “Venham jogar!”.
Mas também existe uma outra Los Angeles: a East L.A. Tradução: zona leste. Lá não tem glamour. Zonas industriais praticamente abandonadas, um comércio decadente e quase não se vê ninguém na rua. Mas é nesse cenário, que parece tão desolador, que está acontecendo uma história emocionante.
O caso do menino que construiu um fliperama com caixas de papelão, na frente da loja de autopeças do pai.
“Meu nome é Caine, tenho 9 anos. Meu fliperama se chama fliperama do Caine. Abre só no fim de semana. E é bem barato”, ele conta.
“Toda vez que o Caine passa na frente de um fliperama, ele para. Ele adora as fichas, os jogos, os prêmios. Então foi natural ele construir seu próprio fliperama. O Caine adora descobrir como as coisas são feitas. Ele desmonta todos os brinquedos para ver como funcionam. Depois não consegue montar de volta. Mas desmontar, ele desmonta!”, diz o pai dele.
“Meu pai tem um monte de caixas, das peças que ele vende. Eu recorto o papelão e faço as máquinas. O primeiro jogo que eu fiz foi de basquete, com uma cesta que eu ganhei de brinde na pizzaria. É muito legal”, diz o menino.
“Ele ficava chamando as pessoas para jogar. Uma ficha custava só alguns centavos. Os jogos foram ficando cada vez mais caprichados. Agora ele ocupou a loja toda”, diz o pai.
“Eu fui o primeiro cliente do Caine, e o conheci por acaso. Fui comprar uma maçaneta pro meu carro velho e dei de cara com esse incrível fliperama de papelão. Eu perguntei quanto custava pra jogar. Ele disse que, por US$ 1, eu podia jogar quatro vezes. Mas, por US$ 2, tinha direito a um passe especial, pra jogar 500 vezes. Comprei o passe”, diz Nirvan, o primeiro cliente do Caine.
“O passe especial é uma pechincha. Ele vale por um mês! Também tenho meus cartões de visita, as fichas, e os prêmios”, diz Caine.
“Para os primeiros prêmios, eu usei meus brinquedos antigos, carrinhos de miniatura. Eu gostava de carrinhos quando eu era pequeno”, conta Caine.
“O jogo que eu construí na sequência foi o de futebol. Primeiro, eu não tinha goleiros, e as pessoas diziam que era muito fácil. Aí eu botei uns soldadinhos no gol. E também na defesa. Aí eu falei: ‘e agora, está fácil?’", afirma.
“Um dia o Caine me disse que queria comprar uma máquina dessas de pegar prêmios. Eu falei pra ele: por que não faz você? E ele fez, usando um gancho e um fio. O Caine comprou calculadoras pra colocar em cada máquina”, diz o pai do menino.
“As calculadoras são por uma questão de segurança, para ver se a ficha não é falsificada. Atrás da ficha tem um número de segurança. Você vem aqui, liga e coloca o número. Aí você aperta aqui e esse número grande aparece. É assim que você sabe se a ficha é de verdade”, diz Caine.
“A maioria das minhas vendas eu faço pela internet. É que quase não passa ninguém aqui. Então a chance de o Caine conseguir um cliente é muito pequena. Mas ele está sempre esperando lá na frente, sentado na cadeirinha, tentando convencer alguém a jogar. Mas ele não tem tido muita sorte” afirma o pai de Caine.
“Mas ele nunca desanima: está sempre limpando os jogos, esperando os clientes. Ele só usa essa camiseta sábado e domingo, quando o fliperama funciona. Caine tem muito orgulho dela, porque ele mesmo criou. Quando as férias acabaram, Caine voltou para a escola e começou a contar para todo mundo que tinha seu próprio fliperama. Ninguém acreditava. Ele nem vai com a camiseta na aula, que é pra não ser zoado”, revela o pai.
“Até que um dia, a minha secretária entrou correndo e disse: ‘você não vai acreditar: tem alguém jogando no fliperama do Caine!’ Eu falei: ‘não é possível!’ E aí fiquei vendo pela câmera de segurança”, conta o pai.
“Eu brinquei no futebol e no basquete. Quando eu fazia pontos, ele entrava por trás da caixa e liberava as fichas”, fala o diretor.
“Igual ao fliperama de verdade! As fichas saem de baixo”, mostra Caine.
“Esse moleque é gênio”, diz Nirvan.
“O Nivan voltou um dia e disse que queria fazer um vídeo sobre o fliperama do Caine. Mas aí eu expliquei que tinha um problema: ele era o único cliente”, diz o pai.
“Eu não acreditei! Só eu comprei o passe especial? Mas é uma pechincha”, diz Nirvan.
“Então ele sugeriu trazer alguns clientes. Eu falei: se você conseguir, nem que seja um só, ele já vai ficar muito feliz”, lembra o pai.
“Aí a gente montou um plano pra chamar Los Angeles inteira pra brincar no fliperama do Caine. A ideia era fazer uma surpresa em um domingo à tarde”, diz o Nirvan.
“Eu pensei: ‘Quem vai vir a um ferro velho num domingo à tarde? E aqui, na periferia? Quem vai aparecer’", lembra o pai de Caine.
“Eu criei um evento no Facebook e um amigo publicou em uma página que tem mais de 230 mil fãs. De uma hora pra outra, virou febre”, conta o Nirvan.
“Eu lia os comentários, que diziam ‘eu queria estar aí, moro em Nova York’. ‘Eu queria estar aí, moro na Europa’", diz o pai.
“O plano é levar Caine para comer pizza. Primeiro a gente passa em um fliperama, depois almoça. Enquanto isso, o Nirvan vai preparando a grande festa. O Caine não tem ideia. Vai ter a maior surpresa da vida dele”, avisa o pai do menino.
“A ideia é juntar o máximo de pessoas pra ir ao fliperama do Caine, e ele ter um dia muito feliz!”, afirma Nirvan.
“O Caine está louco para ter um cliente. Ele vai ser o menino que vai ter a maior surpresa desse mundo”, diz o pai.
O pai tenta convencer o menino a ir mais cedo para casa no dia programado para a surpresa. E ele diz: “Não vai dar”.
Ao chegar ao local, o menino dá de caras com uma multidão de clientes.
Em três meses, o vídeo já foi visto mais de 6 milhões de vezes na internet. Mas como será que está a vida do Caine agora, depois que o vídeo rodou o mundo, passou na televisão? Será que ele continua na loja sozinho, sentado na cadeirinha, esperando os fregueses que nunca chegam? Não. O fliperama do Caine agora vive lotado.
Caine diz que ser famoso é legal. E que no começo achava que só ia ter um cliente por dia.
Até na França ele foi parar. Há duas semanas, foi o palestrante mais jovem da história do renomado festival de criatividade de Cannes. "Fui lá e contei como abri meu próprio negócio", ele diz.
E de qual brinquedo do fliperama ele gosta mais? "Da máquina de pegar fichas", ele responde. E explica como funciona: “você entra lá, as fichas voam pelos ares e você tenta pegar”.
O repórter pergunta se ele se assustou com as pessoas que lotaram a porta da loja depois da divulgação do filme. Ele diz que pensou: “Nossa, quanta gente! É mais gente do que eu vi na minha vida inteira”.
E o futuro? O que será que Caine quer fazer daqui a 20 anos? “Construir videogames, fliperamas e karts de corrida”, diz ele.
Antes de terminar, Caine manda um recado para quem viu esta reportagem no Brasil: “Venham jogar!”.
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