A evidência surgiu com subprodutos da colisão de partículas no acelerador chamado de Tevatron, um dos oito aceleradores de partícula instalados no laboratório Fermi. A pista, porém, ainda precisa ser comprovada.
Os resultados indicam que o bóson de Higgs detectado no Tevatron, se existir, teria massa entre 115 GeV e 135 GeV (gigaelétron-volt), ou cerca de 130 vezes maior que a massa de um próton. O GeV é uma medida de energia, mas os cientistas medem a massa das partículas como se fosse energia, porque toda massa tem uma equivalência em energia.
Uma vez que os mesmos subprodutos da colisão que indicam a existência da partícula, também podem vir de outras partículas subatômicas, os físicos só poderão excluir outras explicações se tiverem confiança de 550 para 1, ou seja, de que há menos de 0,2% de chance de que os escombros da colisão não são do bóson de Higgs. Por convenção internacional, as probabilidades precisam ser mais próximas a 0,14%.
Em 2011, pesquisadores do projeto Atlas, Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern, na sigla em francês), que usam o acelerador de partículas mais potente do mundo, afirmaram que a massa do bóson de Higgs estaria entre 116 GeV e 130 GeV. Já os dados do CMS, que também é do Cern, mostram uma faixa bem próxima: entre 115 GeV e 127 GeV. O Cern prometeu anunciar na próxima quarta-feira novos dados sobre o bóson de Higgs.
Início de tudo
O “bóson de Higgs” é uma partícula hipotética que seria a primeira com massa a existir após o Big Bang e responsável pela existência de massa em outras partículas do Universo. Para encontrá-la, os cientistam colidem prótons (que ficam no núcleo dos átomos) e procuram entre as partículas que surgem desse impacto.
A física ainda não conseguiu descobrir qual é a origem da massa das partículas. O bóson de Higgs é a resposta teórica que responde a essa questão. Se confirmado, não causaria uma guinada nos estudos da física. Pelo contrário, significaria que a teoria que orientou os pesquisadores nos últimos 40 anos está correta. A princípio, a descoberta é importante apenas do ponto de vista teórico e não leva ao desenvolvimento de novas tecnologias.
*Com informações da Reuters.
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