Hadijatou veio participar da Rio+20, mas não pôde embarcar para casa porque teve dinheiro, cartão e documentos, inclusive passaporte, furtados durante um passeio ao Shopping Rio Sul, na Zona Sul. O drama já dura oito dias.
O documento emitido pela Embaixada do Níger nos Estados Unidos é um “laissez-passer”, um passaporte emergencial, que chegou segunda-feira (2) à casa onde a nigerina está hospedada, na Penha. "Toda a família está esperando por mim", disse a estrangeira de 53 anos.
Hadijatou está hospedada na casa da professora Élida Hederick, no Rio (Foto: Renata Soares/G1)
Segundo a professora Élida, o voo da africana fará escalas em Roma, na Itália e depois em Marrocos. De lá, Hadijatou viajará para o Níger, onde encontrará seu marido e seus cinco filhos - duas meninas e três meninos. Uma das filhas da africana, inclusive, está com o casamento marcado para o dia 14.
Para matar um pouco da saudade e saber como andam os preparativos para o casório, Hadijatou troca diariamente e-mail com a filha pelo tablet. "Ela é muito carinhosa comigo, diz que estão todos com saudade e espera que eu volte logo. Eu confesso que estou com medo que mesmo com o passaporte, a companhia aérea não deixe eu embarcar, mas confio e vai dar tudo certo", completou.
Hadijatou Aboubacar Anadou teve os documentos roubados no sábado (23), e foi impedida pela companhia aérea Alitalia de embarcar. Sem ter para onde ir, foi amparada por Élida, que estava no aeroporto acompanhando outros estrangeiros que participaram da Rio+20.
Orações e muita fé
Hadijatou, que é muçulmana, contou também que faz cinco orações por dia e pede para que tudo seja resolvido o mais rápido possível: "Eu ganhei uma nova família. É fantástico. Agradeço em todas as orações o que a Élida e as amigas e família dela estão fazendo por mim. Um dia quero voltar ao Rio e conhecer vários lugares com elas, mas de forma mais calma e feliz. De preferência, com meus filhos", concluiu.
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