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Terça - 03 de Julho de 2012 às 15:18

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cilentonelmondo/BBC
Mergulhadores não teriam conseguido achar saída depois de nuvem de areia
Mergulhadores não teriam conseguido achar saída depois de nuvem de areia
Quatro mergulhadores, sendo três homens e uma mulher, morreram afogados ao ficarem presos dentro de uma caverna submarina conhecida como "Gruta do Sangue", no Cabo Palinuro, na província de Salerno, sul da Itália, considerada uma das mais bonitas do país.

O acidente ocorreu no último sábado, 30 de junho.

Segundo as investigações em curso, a passagem dos mergulhadores teria dispersado uma nuvem de areia ou lama, o que teria tornado a água turva e impedido que eles vissem onde estavam os outros mergulhadores e também a rota de saída.

Outra possível causa da morte dos mergulhadores pode ter sido a queda de uma parede da gruta, que teria bloqueado a passagem.

Todas as vítimas moravam na Itália. São elas: Andrea Petroni e Douglas Rizzo, chefe do grupo, ambos com 41 anos de idade e naturais de Roma; Susy Cavaccini, de 36 anos, de Salerno; e Panaghiotis Telios, de 23 anos, de origem grega, mas residente na Calábria.

Mas, de acordo com mergulhadores que participaram da imersão com as vítimas e que conseguiram se salvar, a causa mais provável da tragédia foi a perda de orientação.

Estado de choque
Em depoimento a autoridades italianas eles afirmaram que a visibilidade é precária na localidade e há muitas ravinas, depressões no solo provocadas pela erosão da água.

Segundo eles, é possível que os quatro mergulhadores tenham ficado presos em um desses inúmeros buracos após perderem visibilidade.

O restante do grupo que conseguiu voltar à superfície teria percebido a situação de perigo a tempo, mas não pôde avistar os outros, que teriam ficado presos nos meandros da gruta.

Em estado de choque, eles disseram que perceberam o perigo ao ver a nuvem de areia e voltaram rapidamente à superfície, onde pediram socorro para tentar salvar os companheiros.

As tentativas de encontrar os quatro mergulhadores vivos não foram, entretanto, bem sucedidas. Os corpos foram recuperados por agentes especializados do corpo de bombeiros local algumas horas depois do inicio da imersão.

O juiz Renato Martuscelli, que coordena as investigações, proibiu o acesso à gruta e pediu a uma equipe de profissionais especializados filmasse todos os trechos da caverna submarina e o local onde os corpos foram encontrados.

As autoridades também estão apurando se as vitimas tinham todos os equipamentos necessários para a imersão, como a corda que permanece amarrada ao barco para percorrer o caminho de volta em caso de dificuldade.

Alto risco
A "Gruta do Sangue", onde ocorreu o acidente, é semi-submersa e possui este nome devido à cor vermelha das paredes internas que se reflete nas águas do mar. A caverna submarina faz parte do complexo de grutas do Cabo Palinuro.

De acordo com especialistas, as grutas do Cabo Palinuro são uma área muito difícil para os mergulhadores e as imersões podem ser extremamente perigosas.

As dificuldades se devem ao próprio percurso, formado de trilhas compridas, cheias de curvas e com becos sem saída. Além disso, há exalações de sulfeto de hidrogênio, um gás altamente tóxico que pode provocar a morte se for inalado.

Outros mergulhadores morreram nesta área, segundo os especialistas ouvidos pela imprensa italiana, quase sempre devido à imprudência ou ao pouco conhecimento do lugar.

O Cabo Palinuro, no Parque Natural do Cilento, é um promontório calcário que avança pelo mar numa das áreas mais bonitas do território italiano. Em alguns pontos, chega a 200 metros de altura e mergulha no mar até 50 metros de profundidade.

O tipo de consistência da rocha favoreceu a formação calcária e a erosão, resultando em 35 grutas submarinas, que são consideradas um dos principais pontos de interesse da espeleologia marinha da Europa.

A caverna mais visitada do complexo é a "Gruta Azul", com 85 metros de comprimento e 90 de largura.






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