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Cidades
Quarta - 04 de Julho de 2012 às 18:08

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A Polícia Civil ouviu, nesta quarta-feira (4), o casal de donos do berçário onde duas crianças se afogaram, em Goiânia, na segunda-feira (2). O depoimento dos dois na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), durou cerca de três horas e, segundo a delegada, o proprietário do local afirmou que ele mesmo fez a última limpeza na piscina e deixou o portão trancado.

Eles chegaram à DPCA às 10h e deixaram a especializada pouco depois das 13h. Segundo a delegada Renata Vieira, o proprietário disse à polícia ter feito a limpeza mais recente na quinta-feira (28). Alegou também que, apesar de ter sido contratada na sexta-feira (29), a funcionária novata passou por treinamento.

Na terça-feira, a delegada ouviu as três funcionárias do berçário que trabalhavam na manhã do acidente: uma monitora veterana, uma monitora novata e uma auxiliar de limpeza da creche.
 

Após ouvir cinco pessoas, Renata diz ter uma conclusão: "Funcionários e donos foram negligentes". Segundo ela, duas portas e um portão davam acesso à piscina. As três entradas estavam abertas na manhã de segunda.

Questionada se uma das crianças poderia ter aberto o portão da piscina, a delegada afirmou que a trava de segurança fica na parte superior da grade, que é alta para a idade dos bebês, de 1 e 2 anos. "Não existe a menor chance delas terem aberto", assegurou.

Queda
A delegada também alega que as duas crianças caíram na piscina ao mesmo tempo, diferente da versão apresentada pelas monitoras. Uma das funcionárias afirma que deu falta de uma das crianças e a encontrou caída na piscina. Ao socorrê-la, no momento de desespero, deixou o acesso à área de lazer aberto. O menino de 2 anos teria se afogado nesse momento.

Segundo Renata, a cuidadora que socorreu a bebê de 1 ano afirmou em depoimento ter ido à piscina porque viu um pano na borda. Mas o pano pertence ao menino de 2 anos.

Para a delegada, apesar de uma das cuidadoras ter afirmado que o garoto estava em uma sala, era impossível ele ter ido até a piscina após a queda da menina, pois precisaria ter passado pelo corredor onde as monitoras prestavam os primeiros socorros ao bebê de um ano.

Em depoimento, a monitora veterana relatou que teria resgatado a menina e, logo em seguida, elas ficaram no corredor de passagem para a piscina. "Isso nos leva a crer que o garoto já estava dentro d’água e, por isso, o estado de saúde dele atualmente é mais grave”, explica a delegada.

Ela ainda conta que a auxiliar de limpeza, que tinha saído para buscar açúcar em uma escola ao lado, foi quem percebeu a ausência do menino. “Curiosamente, ela foi quem sentiu a falta do garoto, pois, as duas monitoras alegaram que cuidavam das mochilas das crianças e dos bebês que estavam nos carrinhos”, declarou Renata Vieira.

A delegada acredita que houve negligência em vários sentidos. "Uma das monitoras chegou a falar em depoimento que o portão da piscina já teria ficado aberto outras vezes. Entretanto, nenhuma das três disse quem teria deixado a porta da cozinha [que dá acesso à área de lazer] aberta. Além disso, queremos ouvir do proprietário da creche se a monitora que estava trabalhando pela primeira vez não recebeu nenhum tipo de orientação adequada”, pontuou Renata Vieira.

O dono do berçário presta depoimento nesta quarta-feira (4). As investigações são preliminares, já que não há inquérito aberto, visto que nenhum dos pais registraram ocorrência ou fizeram denúncia. Pessoas envolvidas no resgate das crianças também serão ouvidas.

Afogamento
Na manhã de segunda-feira (2), duas crianças, um garoto de 2 anos e uma menina de 1 ano e 9 meses, se afogaram na piscina de um berçário. Elas foram socorridas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levados para o Hospital Materno Infantil.

Posteriormente, a menina foi transferida para o Hospital da Criança e o menino para o Instituto Goiano de Pediatria (Igope). Apesar do estado parcialmente grave, ela já respira sem ajuda de aparelhos.O quadro do menino também evoluiu. De acordo com o pediatra Henrique Gomide, do Igope, onde a criança está internada, o quadro passou de gravíssimo, na segunda, para grave, na terça-feira.
 





Fonte: Do G1 GO

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