Ministério também ordena retirada de embaixador paraguaio em Caracas. Nota aponta "graves evidências de intervenção" em assuntos internos.
Paraguai decide expulsar o embaixador da Venezuela
O governo do Paraguai declarou nesta quarta-feira (4) como "persona non grata" o embaixador da Venezuela no país e ordenou a retirada do chefe da delegação diplomática paraguaia em Caracas, segundo um comunicado de seu Ministério das Relações Exteriores.
O comunicado afirma que a decisão foi tomada ante "as graves evidências de intervenção por parte de funcionários da República Bolivariana da Venezuela em assuntos internos da República do Paraguai".
A nota informa que o governo do país "determinou nesta data a retirada de seu embaixador credenciado perante o governo venezuelano", Augusto Ocampos.
"Além disso, em conformidade com o previsto na convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, o Estado paraguaio declarou persona non grata o embaixador da Venezuela no Paraguai, José F. Javier Arrúe de Pablo", acrescenta o comunidado que explica que o diplomata "já não está no país".
A decisão foi tomada um dia após a ministra da Defesa do Paraguai, María Liz Garcia, ter divulgado um vídeo em que o chanceler venezuelano Nicolás Maduro aparece em um encontro com altos militares paraguaios pouco antes da destituição do então presidente Fernando Lugo.
A ação está sendo interpretada por autoridades paraguaias como um caso de ingerência da Venezuela em sua política interna. Para o novo governo, Maduro teria tentado arquitetar uma intervenção das Forças Armadas do Paraguai para impedir a destituição de Lugo.
O vídeo teria sido gravado no dia 22 de junho, horas antes do Senado aprovar o impeachment de Lugo, por câmeras do Palácio do Governo. A câmera que fez a gravação não registra sons.
O governo venezuelano nega a ingerência. O próprio Maduro havia desmentido ter participado de reunião antes da divulgação do vídeo.
Ele havia viajado ao Paraguai integrando o grupo de chanceleres da Unasul (União das Nações Sul-Americanas).
A Venezuela anunciou no dia 24 de junho a retirada de seu embaixador no Paraguai, assim como o corte de exportação de petróleo ao país por causa do que qualificou como um "golpe de Estado" a Lugo.
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