A análise engloba o faturamento da indústria, o emprego industrial, as horas trabalhadas (indicador relacionado com a produção industrial) e, também, a chamada "capacidade instalada" - que é o nível de uso do parque fabril. Os indicadores são, em todos os casos, os mais baixos desde 2009.
"A atividade industrial brasileira encontra-se cada vez mais fraca", avaliou a CNI em informe. O economista da entidade, Flávio Castelo Branco, chegou a falar em "primeiro semestre perdido". "Foi um semestre negativo, de frustração e existe o risco de a recuperação demorar mais do que o governo quer", declarou ele. Integrantes da equipe econômica acreditam em aceleração da atividade no segundo semestre deste ano.
.O resultado negativo acompanha dado da produção da indústria brasileira divulgado na terça-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A produção registrou queda de 0,9% em maio, na comparação com abril, que havia mostrado baixa de 0,4%. Em relação ao mesmo mês do ano passado, a indústria registrou um recuo ainda maior, de 4,3% - o nono resultado negativo consecutivo e o mais intenso desde setembro de 2009, quando fora registrado declínio de 7,6%.
A piora acontece ao mesmo tempo quem é registrada um agravamento da crise internacional. Isso aconteceu por conta de dificuldades na Grécia, e em outros países da Zona do Euro, além de bancos da região. O BC estima que a crise deverá durar, pelo menos, mais dois anos.
Faturamento da indústria
O faturamento da indústria teve queda de 0,4% em maio deste ano, na comparação com abril, no segundo recuo consecutivo, mas registrou crescimento de 3,3% no acumulado dos cinco primeiros meses de 2012, segundo informações divulgadas nesta quinta-feira (5) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Apesar da alta, o faturamento da indústria na parcial deste ano teve o pior resultado para o período desde 2009.
Nível de uso do parque industrial
O nível de uso do parque da indústria (conhecida como utilização da capacidade instalada), outro indicador divulgado nesta quinta-feira, somou 80,7% em maio deste ano, acrescentou a CNI, com queda de 0,3 ponto percentual frente a abril (81%). Com isso, aumentou a ociosidade do parque industrial brasileiro. Trata-se do quarto recuo seguido, o que levou o indicador ao menor patamar desde setembro de 2009.
Emprego na indústria e horas trabalhadas
O emprego industrial, por sua vez, registrou crescimento de 0,1% em maio deste ano, na comparação com abril, mas teve crescimento zero no acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, informou a Confederação Nacional da Indústria. "O emprego mantém-se praticamente estável", acrescentou a entidade. Este também é do pior desempenho, para o período de janeiro a maio, desde 2009 (-2,4%).
No caso das horas trabalhadas na produção (índice relacionado com a produção industrial), a CNI informou que houve uma queda de 1,4% em maio, contra o mês anterior, no segundo recuo consecutivo, e uma diminuição de 1,2% no acumulado de janeiro a maio ano. Trata-se, também, do valor mais baixo, para os cinco primeiros meses de um ano, desde 2009 (-8,4%).
PIB e medidas de estímulo
Dados do IBGE mostram que a taxa de crescimento, do primeiro trimestre deste ano, foi de apenas 0,2%. Para tentar combater os efeitos da crise financeira internacional, o governo anunciou redução do IPI para linha branca e automóveis, além do corte do IOF sobre os empréstimos para as pessoas físicas e da liberação de depósitos compulsórios para os bancos. O governo também abriu uma linha de crédito de R$ 20 bilhões para os estados fazerem investimentos e um programa de compras goernamentais de R$ 8,4 bilhões.
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