Sem elas, o Bataclan de "Gabriela" não seria o mesmo. O cabaré pode até ter Ivete Sangalo, Leona Cavalli, Emanuelle Araújo, Nathalia Rodrigues, Ildi Silva e Suyane Moreira em primeiro plano. Mas sem essas mocinhas aí de cima, o núcleo não seria tão encantador. As operárias de Maria Machadão (Ivete) estão roubando a cena ao desfilar, sem pudor, seios e sensualidade. Conheça essas musas de carne e osso.
A dona do bocão
Ao olhar o bocão de Rhavine Trindade, de 27 anos, fica fácil deduzir que ela já foi modelo. Mas engana-se quem pensa que foi nas passarelas que ela começou a trabalhar. Seu sonho era ser bailarina do Theatro Municipal. Ela dançou balé clássico e contemporâneo dos 5 aos 10 anos, quando machucou o joelho e desistiu da dança. “Aos 13 aprendi a sambar que nem mulata e virei professora de samba. Mas era muito tímida para dar aula, não conseguia falar”, lembra. E entrou no curso de teatro para desinibir. Cinco anos depois, já solta nas aulas de dança, virou modelo e morou no México por nove meses. Deixou a vergonha na América do Norte e, de volta ao Rio, fez o seu primeiro trabalho na TV. Era a Bárbara de “As pegadoras”, programa que abusa da sensualidade de suas atrizes. “As pessoas confundem, a gente vive um personagem”, explica ela, que namora o ator Alex Rech, de 36 anos, há dois anos e jura que ele não implica com o seu trabalho. “Como todo gaúcho, ele é machista. Mas entende que aquilo é uma cena. Já paguei peitinho na TV e ele falou que foi lindo. Meu corpo é instrumento de trabalho, estou feliz interpretando uma puta dos anos 20. Estou sendo paga para aprender. A primeira vez que vi o Antônio Fagundes fiquei arrepiada. Parecia um Deus que tinha descido para a Terra”.
A namoradeira
“Sou a única que ainda não pagou peitinho em "Gabriela"”. A frase de Cíntia Mei, de 29 anos, soa como uma reclamação. “Tenho uma tatuagem grande nas costas que deve atrapalhar, muito moderno para a época. Mas se o diretor quiser que eu mostre os seios, faço com prazer. Mas não ofereço não, tá! Já percebi que as minhas pernas estão sempre em evidência”, diverte-se. Ela gosta de encenar desde pequena. “Com 9 anos imitava as cenas das novelas para a minha família e organizava teatrinhos na escola. Também ganhei por quatro anos o concurso de beleza do colégio e, com isso, não pagava mensalidade. Mas nem sempre foi glamour. “Nasci jogando futebol. Sou de Nova Iguaçu, onde morei até meus 15. Lá se nasce com a bola no pé e a linha da pipa na mão. O Fluminense quis até me contratar. Mas acabei virando instrutora de capoeira”. Feliz atuando, Cíntia tira o sustento de outro trabalho. Ela atua como assistente de iluminação e de fotografia e sonha também em conquistar o seu espaço atrás das câmeras. “Quero dirigir shows e continuar atuando na Globo”. Muito ativa, ela estava sempre procurando algo novo: já vendeu manga e trabalhou num aviário. “A gente morava num sítio que tinha muita manga, então eu vendia nos mercados locais. E também armava uma banquinha na porta de casa. Vendia tanto que achei que fosse virar empresária. Por uma semana também trabalhei num aviário. Matava 150 galinhas por dia”. Para equilibrar com esse agito todo, Cintia encontra nos homens mais velhos a tranquilidade. “Gosto muito de conversar, gosto de homens românticos, viajados, e que saibam lidar e respeitar uma mulher. E o homem mais velho é assim”, explica a atriz, que namora um advogado de 46 anos. Namoradeira, ela já foi casada por dez anos, mas se separou por causa do trabalho. “Ele não queria que eu trabalhasse e, depois de viajar quase o mundo todo e fazer inúmeros cursos, não sabia mais o que estava fazendo. A minha separação foi um renascimento. Tudo mudou, até o meu orgasmo mudou!”.
Gordinha rock’n’roll
De família italiana, a carioca Raquel Fabbri não tem constrangimento algum em ser a única atriz gordinha do Bataclan. Garota rock"n"roll, pinta o cabelo de ruivo desde os 12 anos e é cheia de personalidade. “Falo palavrão e arroto na frente dos outros. Sou do subúrbio, não tenho frescuras”, conta a atriz, que mora com os pais no Méier. Mas nem sempre foi assim. Raquel aprendeu a se aceitar com o tempo. “Tive anorexia aos 15 anos. Tive um término de namoro complicado e acabei entrando nessa. Acreditei que poderia me alimentar bebendo apenas água de coco. Fiquei um ano nessa piração. Só percebi que não estava bem quando fui ver se pasta de dente tinha calorias!”, relata. Hoje, aos 24 anos, não deseja mais ser magra como as que lhe cercam. “Não quero emagrecer para ser mais uma atriz magrinha. Quero expor a minha arte do jeito que eu sou. Gosto de comer!”. Mas a vaidade não ficou de lado. “Normalmente eu malho, é legal ficar durinha. Mas agora estou sem tempo”, explica Raquel, que faz jornada dupla de trabalho e ajuda nas contas em casa. “Trabalho de madrugada como operadora de controle de qualidade na Globosat. Entro às 22h e saio às 6h. Às 10h30 estou no estúdio de "Gabriela" e gravamos até umas 21h”. Ui! Difícil até de dormir. Mas ela não reclama. “Sou feliz!”. A mais experiente do grupo, já atuou em mais de doze peças, em duas novelas da Record e fez uma participação em “As brasileiras”. Solteira há 5 anos, afirma que não está fácil arrumar um namorado. “As pessoas estão confundindo liberdade com libertinagem. Não sou puritana de não transar com qualquer pessoa, vou para a night querendo ser feliz. Não estou procurando namorado. E estou solteira, mas não sozinha”.
A ex-jogadora de futebol
Bianka Fernandes não tem problema com nada. Linda, de corpo escultural e de bem com a vida, a atriz é para lá de descolada. Ela já quis ser jogadora de futebol, joga capoeira e luta muay thai. “Joguei bola até os 15 anos. Aí entrei num curso de modelo por causa de uma amiga que tinha vergonha de ir sozinha. Comecei a pegar um monte de desfile e fui morar sozinha em São Paulo”, conta a atriz, de Santos, que aos 17 anos já echia o cofrinho em Milão. “Fiquei sete anos viajando. Passei pela Itália, Alemanha, Turquia, Grécia, China, Índia, México e Estados Unidos. Eu pegava muitos comerciais, era a modelo que pegava texto. E fiz vídeoclipes e participações em filmes lá fora também”. Mas a vida nômade cansou e ela voltou para São Paulo. Há dois anos entrou na faculdade de marketing e fez cursos de interpretação. Atuou no filme “Vips”, com Wagner Moura. “Fui gravar uma cena na piscina porque era bonitinha e tal. Mas acabei tendo uma fala com o Wagner Moura!”. Após terminar um relacionamento, resolveu voltar para o México. Mas a estadia durou apenas um ano. Depois de conhecer no Facebook o seu atual namorado, o cineasta Raul Guterrez, veio morar no Rio. Fez Oficina dos Atores na Record e bateu na porta da Rede Globo. “Descobri quem era a produtora de elenco de "Gabriela" e pedi um teste. E passei para o elenco de apoio do Bataclan. Aceitei na hora”. E, é claro, ela tira de letra as cenas de seios à mostra. “Nunca tive vergonha de nada!”. E, começando a descobrir o mundo da fama, acha graça. “Minha tia ligou lá de Santos para dizer que eu estava na capa de um jornal! E já li uma matéria que tinha uma entrevista comigo que eu nunca fiz. Não sei se onde tiraram aquelas frases. Mas tudo bem,não falaram nada demais, achei engraçado”.
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