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Internacional
Domingo - 15 de Julho de 2012 às 07:12

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Os ataques do regime sírio na cidade de Tremseh tiveram como alvo principal casas de rebeldes e de opositores.

A conclusão é da missão da ONU (Organização das Nações Unidas) que visitou o local de um dos massacres mais violentos desde o início do levante no país. Mais de 200 pessoas morreram no ataque deflagrado na última quinta-feira.

"O ataque em Tremseh parece ter tido como alvo grupos e casas específicas, em especial a de ativistas e opositores do regime. Havia poças de sangue e cápsulas de balas em inúmeras casas", afirmou a porta-voz da ONU, Sausan Ghosheh.

O regime sustenta a versão de que o episódio consistiu em uma operação militar contra rebeldes armados reunidos em esconderijos. Em nota, as forças leais a Assad informaram ter destruído os locais, com a morte de terroristas.

Uma equipe de observadores da ONU na Síria conseguiu entrar neste sábado na cidade de Tremseh após horas de negociação entre as partes em conflito, disseram fontes das Nações Unidas.

Os observadores, que vieram da capital Damasco em três veículos, se uniram a outro grupo que estava em Hama, reduto opositor no centro do país, e juntos seguiram a Tremseh, que fica na mesma província.

Opositores haviam denunciado que mais de 200 pessoas morreram nesta região rural, que foi sitiada e bombardeada pelas tropas do regime de Bashar al Assad, assim como atacada pelos "shabiha" (milicianos governamentais).

COVAS COLETIVAS

Dezenas de pessoas já foram enterradas em covas coletivas e ainda não é possível indicar o número total de mortes causadas no ataque. Alguns corpos foram jogados no Rio Orontes. A maior parte das vítimas é de homens.

O episódio foi considerado um dos mais violentos desde o início dos confrontos. O embate já dura mais de um ano e meio e soma mais de 17 mil vítimas.
O ataque da última semana elevou a pressão internacional sobre a ditadura de Bashar Assad.

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e o enviado especial Kofi Annan insistiram na necessidade de o Conselho de Segurança agir para pôr fim ao conflito, que já matou ao menos 10 mil, segundo a própria ONU.

Neste sábado, o primeiro-ministro turco se juntou ao grupo de pressão internacional. "Esses massacres e tentativas de genocídio não são nada mais do que os passos de um regime que está de saída", afirmou Recep Tayyip Erdogan.

Também neste sábado, a Cruz Vermelha reconheceu a situação de conflito armado em todo o país, que significa, na prática, uma guerra civil. Com isso, os responsáveis por ataques poderão ser julgados por crimes de guerra.






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