Partida em Salvador tem dois lances controversos: expulsão do rubro-negro Luiz Antonio no primeiro tempo e pênalti de Fabinho em Ibson publicidade
Fla derrota o Bahia por 2 a 1 em Pituaçu
O Bahia pressionou, martelou, chutou bem mais que o rival (14 a 6), mas não comemorou a vitória no estádio de Pituaçu, em Salvador, neste domingo. Diante de 29.206 pagantes, assistiu a um triunfo do Flamengo por 2 a 1, gols de Hernane e Renato – Kleberson descontou - pela nona rodada do Campeonato Brasileiro. Longe de ser brilhante, o time carioca venceu à base de raça e com boa atuação do goleiro Paulo Victor.
A arbitragem de Francisco Carlos Nascimento desagradou às duas equipes. Aos 44 minutos do primeiro tempo, Luiz Antonio foi expulso em lance discutível e deixou o Fla com um jogador a menos em toda a etapa final. A reclamação baiana incide no pênalti que deu origem ao gol da vitória rubro-negra. Ibson disputou a jogada com Fabinho, mas não houve falta no lance, segundo o comentarista de arbitragem da TV Globo, Renato Marsiglia.
O time tricolor não vence há quatro jogos e permanece na zona de rebaixamento, com oito pontos, em 18º lugar. O Rubro-Negro, com 15, recupera-se da derrota para o Fluminense na rodada anterior e continua em nono lugar. O time ganhou uma partida oficial fora do estado do Rio depois de nove meses (11 jogos). Ao fim do duelo, alguns atletas do time carioca, como o zagueiro Arthur Sanches, se emocionaram e agradeceram o apoio da torcida.
- Essa vitória representa muita coisa. Mostramos mais uma vez superação, o trabalho bem feito com o Joel. Nosso time cresce a cada jogo. Mesmo com um jogador a menos, conseguimos jogar. Os mais jovens estão de parabéns porque souberam administrar o jogo e ajudar. Os mais velhos, com experiência, puderam ajudar. Espero que essa vitória possa representar muito aí - disse o meia Renato, que se igualou a Vagner Love na artilharia do time no Brasileiro, com quatro gols.
Jogadores do Fla comemoram a vitória
(Foto: Alexandre Vidal / Fla Imagem)
No lado baiano, o atacante Souza lamentou a derrota.
- A responsabilidade é dos nossos jogadores. Estamos cientes disso. Jogamos bem o primeiro tempo, mas não conseguimos fazer o gol mesmo com eles com um a menos. A gente está ciente que é difícil, mas o Falcão está livre de qualquer cobrança. Ele montou o time que tinha que montar e nós, jogadores, é que temos de chamar a responsabilidade neste momento – afirmou o atacante Souza.
Na próxima rodada, o Bahia visita o Fluminense, quinta-feira, no Engenhão. No mesmo estádio, mas na véspera, o Flamengo recebe o Corinthians.
Faro de gol de Hernane; Kleberson carimba ex-clube
Bahia e Flamengo apostaram em fórmulas diferentes na criatividade do meio-de-campo. O time da casa investiu no experiente Mancini como cérebro. Do outro lado, a juventude de Adryan. Mas as primeiras jogadas foram criadas por vias acessórias. Kleberson deu um belo drible em Arthur Sanches e cruzou rasteiro. A bola chegaria em Souza, mas o bico da chuteira de Marllon impediu.
Posicionado à esquerda, Adryan pouco apareceu na etapa inicial. Sem um meia para organizar a equipe, o Flamengo insistiu na ligação direta com Devid e Hernane. Mesmo assim, abriu o placar. Aos 30, Renato cruzou, e Titi cortou mal de cabeça. Hernane dominou e chutou forte, cruzado, sem chance de defesa para Marcelo Lomba.
O Bahia não demorou a empatar. Hélder fez belo lançamento para Gabriel nas costas de Luiz Antônio. O meia cruzou rasteiro, e Kleberson, recentemente dispensado do Flamengo, empurrou de carrinho para o gol vazio.
A situação do Rubro-Negro piorou aos 44. Improvisado por Joel Santana na lateral direita, Luiz Antonio novamente deu espaço nas costas e, em jogada dividida com Mancini, recebeu o segundo cartão amarelo do árbitro Francisco Carlos Nascimento e foi expulso.
- Eu achei um exagero, é uma falta rigorosamente comum de jogo, vão acontecer 15 ou 20 iguais a essa, ou até mais fortes, que não vão merecer cartão - analisou Renato Marsiglia.
Bahia pressiona, mas Paulo Victor e pênalti polêmico decidem para visitantes
Adryan é marcado por Fabinho no primeiro tempo
(Foto: Alexandre Vidal / Fla Imagem)
Precavido, o técnico Falcão tirou Fahel, que tinha cartão amarelo, no intervalo, e colocou o atacante Jones. Por sua vez, Joel reorganizou a defesa com Airton na lateral e Ibson recuado.
O Bahia iniciou a pressão e, aos oito, Fabinho chutou forte, mas a bola subiu demais. Logo depois, Kleberson arriscou de longe, e Paulo Victor defendeu em dois tempos.
Apagado, Adryan foi substituído por Diego Maurício, mas o Flamengo continuou preso no campo defensivo. Em cobrança de escanteio, Danny Morais mergulhou livre na pequena área, e Paulo Victor agarrou em cima da linha. O goleiro salvou novamente em chute cruzado de Mancini.
O sufoco do Bahia prosseguiu. Mancini chutou rasteiro, e Paulo Victor se esticou para salvar. Na sobra, Kleberson bateu, e Marllon tirou de cabeça.
Em uma das poucas vezes que passou do meio-de-campo, o Flamengo “achou” um pênalti aos 26. Hernane passou para Ibson, que passou por Fabinho e caiu. O árbitro assinalou pênalti.
- Ele erra em bola e não acerta o jogador do Flamengo. E aquele encontrão, aquele braço eu não considero penalidade - disse Marsiglia.
Na cobrança, Renato bateu forte no canto esquerdo de Marcelo Lomba e colocou o time carioca à frente. Mancini, que puxou a braçadeira de capitão de Renato para atrapalhá-lo antes do chute, irritou o autor do gol, que atirou o objeto ironicamente ao chão na comemoração. Pela atitude, o flamenguista tomou cartão amarelo.
O Bahia intensificou a blitz ofensiva em busca do empate. Titi cabeceou por cima dentro da pequena área, Mancini chutou com perigo e nada. Os rubro-negros se fecharam e, com carrinhos, chutões e muito suor seguraram o resultado. Aos 48, Ibson perdeu duas bolas no mesmo lance. Vander chegou a mandar para o fundo das redes, mas a arbitragem acertou ao marcar impedimento do jogador tricolor em passe de Junior dentro da área.
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