Fabuloso marca, São Paulo fica com um a mais e Valdivia perde pênalti. Mas no fim, Mazinho faz 1 a 1 e garante um ponto para o Verdão
Palmeiras vira vice-lanterna ao empatar com o São Paulo
Não teve ressaca pelo título da Copa do Brasil, nem faixa carimbada por um dos maiores rivais. Com um a menos, o Palmeiras contou com o talismã Mazinho para buscar o empate por 1 a 1 com o São Paulo, neste domingo, em Barueri, pela nona rodada do Campeonato Brasileiro. No primeiro jogo depois da conquista nacional, o Verdão jogou bem e ouviu gritos de "É campeão" de sua torcida. Já o Tricolor, que estreou o técnico Ney Franco e o zagueiro Rafael Toloi, abriu o placar, mas ainda mostrou desorganização que precisará ser corrigida pelo novo comandante.
O empate leva o Palmeiras aos seis pontos, ainda na zona de rebaixamento, mas com a esperança de que essa situação será resolvida em pouco tempo. Mesmo com a expulsão de Henrique, no início do segundo tempo, o time não se assustou e manteve o padrão tático que lhe deu o título nacional na semana passada. A torcida saiu satisfeita, já que o Verdão teve volume de jogo e só não conseguiu a vitória porque Denis fez grandes defesas - incluindo um pênalti cobrado por Valdivia.
O Tricolor vai a 16 pontos, mantém a perseguição aos líderes, mas fica fora da zona de classificação para a Taça Libertadores. Ney Franco implantou um novo esquema tático, mas ainda não obteve frutos no seu primeiro jogo. Luis Fabiano voltou ao time e abriu o placar, mas sua irritação o impediu de levar mais perigo ao gol adversário no decorrer da partida.
Na próxima rodada, o Palmeiras volta ao palco do título da Copa do Brasil: enfrenta o Coritiba na quinta-feira, às 21h (horário de Brasília), no Couto Pereira. O São Paulo recebe o Vasco na quarta-feira, às 21h50m, no Morumbi.
Verdão confiante, Fabuloso também
Como um título faz bem a uma equipe... Renovado após a conquista da Copa do Brasil, o Palmeiras entrou em campo arriscando mais, sabendo que poderia errar e, mesmo assim, receberia apoio da torcida, que compareceu em número inferior ao esperado - o frio e a distância de Barueri afastaram os fãs - foram apenas 8.374 pagantes. Empolgado, o Verdão encurralou o São Paulo em seu campo de defesa e apostou nas tabelas. Numa delas, Valdivia recebeu de Artur e entrou livre na área, exigindo grande defesa de Denis.
Luis Fabiano comemora o gol que abriu o placar em Barueri (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Com uma nova formação, o Tricolor demorou um pouco para se adaptar no meio-campo, com Denílson recuado, Casemiro e Cícero abertos pelos lados, e Jadson avançado, completando o losango. O único vértice que se deu bem no início foi Denílson, que não deixou Valdivia jogar. Sereno, o estreante técnico Ney Franco observou tudo de pé, mas sem gritar com seus comandados.
Quando o Palmeiras era melhor, o Tricolor abriu o placar no detalhe. Choque-Rei é assim mesmo. Aos 20 minutos, Valdivia teve de correr atrás de Casemiro porque a marcação no meio estava errada. Fez falta. Na cobrança, Jadson bateu e Luis Fabiano só completou para as redes: 1 a 0. Ninguém do Verdão ameaçou o centroavante, que fez seu quinto gol no Brasileirão e se redimiu das ausências frequentes nos últimos clássicos.
O São Paulo ficou mais à vontade, mas o Palmeiras, ao contrário de outros momentos passados, não sentiu o gol. Continuou na sua toada, tocando a bola com tranquilidade e tabelando. O empate quase veio em uma colaboração imensa do são-paulino Douglas, que entregou a bola para Betinho na entrada da área. O herói do título da Copa do Brasil parou em Denis. Logo em seguida, o goleiro salvou uma cabeçada de Maurício Ramos em cima da linha, e o Tricolor foi para o intervalo em vantagem.
Clima esquenta, e Mazinho salva
Com Maurício Ramos machucado, Felipão ousou ao lançar Maikon Leite e recuar Henrique para a zaga. Assim, o Verdão ficou com uma linha de três atacantes, com Maikon e Mazinho abertos pela direita e esquerda, respectivamente. A mudança abriu a defesa do São Paulo e permitiu infiltrações pelo meio com Valdivia e o próprio Henrique, que não hesitou em continuar atacando.
O problema é que os frequentes ataques deixaram buracos na defesa. E Henrique acabou condenado por isso. Em um contra-ataque do São Paulo pela direita, o zagueiro aplicou uma tesoura no lateral Douglas e acabou expulso pelo árbitro Péricles Bassols Pegado Cortez. Com um a menos, o Palmeiras teve de se mexer. Felipão tirou Betinho e recompôs a defesa com Cicinho na lateral e Artur na zaga.
Mesmo com um a mais, o Tricolor não soube corrigir a marcação que havia falhado com a nova formação do Palmeiras. Pelo meio, aos 11 minutos, Valdivia carregou a bola até a área e foi derrubado pelo estreante Rafael Toloi: pênalti. O Mago tomou pouca distância e chutou mal, quase no meio do gol. Denis rebateu para o meio da área, a zaga afastou e Ney Franco agradeceu aos céus.
Ainda desorganizado, o Tricolor não soube traduzir a superioridade numérica em gols. Bastante irritado, Luis Fabiano esquentou ainda mais o clássico ao se desentender com Cicinho e Artur. Chances, mesmo, só nas bolas paradas com Jadson. E em um belo passe do Fabuloso para Osvaldo, que foi travado por Bruno na pequena área. Nos contra-ataques, o Verdão surpreendeu.
Melhor em campo mesmo com um a menos, o time de Luiz Felipe Scolari foi premiado por meio de seu talismã: Mazinho, fundamental na Copa do Brasil, estava mais uma vez no lugar certo para empatar o jogo. Aos 36, depois de exigir de Denis uma defesa espetacular, quase em cima da linha, o amuleto do Verdão viu a bola subir, ser disputada pelo alto e sobrar limpa para ele, que só teve o trabalho de escorar de cabeça: 1 a 1. No fim, Rodrigo Caio perdeu um gol incrível e a chance de dar a vitória ao São Paulo. O Verdão ainda está na zona de rebaixamento, mas com moral. O Tricolor terá tempo para se ajustar nas mãos de Ney Franco.
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