Nkosazana Dlamini-Zuma, de 63 anos, é ministra do Interior de seu país e ex-mulher do presidente sul-africano Jacob Zuma. Ela também já ocupou os ministérios da Saúde e das Relações Exteriores.
Ela derrotou o atual chefe e rival Jean Ping, do Gabão, que dirige a entidade da organização de 54 membros desde 2008. A vitória veio na terceira rodada de votos, quando ela conseguiu 37 votos, chegando aos 60% necessários para a eleição.
A disputa vinha dividindo a União Africana desde 2011. Os países francófonos apoiavam Ping, enquanto os de língua inglesa, principalmente no sul, formaram a base eleitoral de Dlamini Zuma. A eleição de Dlamini-Zuma, confirmada durante um encontro do grupo em Adis Abeba, na Etiópia, deu fim ao impasse, que já ameaçava a credibilidade da União Africana.
Nkosazana Dlamini Zuma, nova chefe da Comissão da União Africana (Foto: Simon Maina/AFP)
Ruanda e República Democrática do Congo
O encontro serviu também para acelerar a negociação entre Ruanda e República Democrática do Congo. Os dois países aceitaram neste domingo o "princípio" de implementar uma força internacional neutra para "erradicar" a rebelião no leste congolês e vigiar a fronteira comum.
A informação foi passada à AFP pelo presidente ruandês, Paul Kagame. "Aceitamos o princípio de pedir a outros que nos ajudem, mas os detalhes ficarão para mais tarde", assinalou Kagame, ao ser consultado sobre a força internacional após um encontro paralelo à reunião de cúpula da União Africana (UA), realizada em Adis Abeba.
Durante a manhã, na abertura dos trabalhos representantes da União Africana revelaram que a organização continental "está disposta a contribuir para a criação de uma força regional que coloque um ponto final na ação dos grupos armados" no leste da República Democrática do Congo.
Mais tarde, Kagame e o presidente da República Democrática do Congo, Joseph Kabila, assinaram um documento em que pedem a colaboração da União Africana e da ONU "para pôr em andamento, imediatamente, uma força internacional neutra, com o objetivo de erradicar o M23 e qualquer outra força negativa na região dos Grandes Lagos".
Autoridades congolesas haviam acusado Ruanda de apoiar os rebeldes do M23. O governo ruandês nega, e acusa o vizinho de apoiar as Forças Democráticas de Libertação de Ruanda (FDLR).
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