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Internacional
Terça - 17 de Julho de 2012 às 15:08

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Ela chegou aqui com o rosto ferido, e a agressão física já foi comprovada. Nós a encaminhamos para perícia no IML para verificar a ocorrência do estupro, mas o laudo ainda não ficou pronto. Só que esse laudo pode não ter elementos que comprovem a violência sexual por conta do tempo"
Winslei Salomão, delegado que investiga o caso.

O delegado Winslei Salomão, que investiga as denúncias de que uma mulher teria sido estuprada na residência oficial do embaixador da Nigéria, em Brasília, afirmou ter notificado a embaixada do país africano para que apresente o suspeito do crime ainda nesta terça-feira (17) para prestar depoimento. O Itamaraty também foi notificado sobre o caso, disse Salomão.

Procurada pelo G1, a embaixada da Nigéria informou que a pessoa que poderia falar sobre o assunto estava em reunião.

O Ministério das Relações Exteriores confirmou o recebimento da documentação e informou que o suspeito não possui imunidade diplomática. Com isso, ele pode ser julgado de acordo com a lei brasileira e a investigação conduzida pela Polícia Civil. Caso seja confirmado o crime e o funcionário condenado, ele pode pegar uma pena que varia de três meses a um ano de prisão.

No último sábado (14), uma funcionária da embaixada afirmou ter sido estuprada por um homem nos dias 11 e 24 de junho e procurou a polícia após ter sido agredida por ele. Segundo a polícia, na época ele  foi autuado por lesão corporal.

A mulher diz que foi obrigada a fazer sexo com o funcionário e que o embaixador nigeriano a expulsou da residência oficial ao saber do caso. O laudo sobre o suposto estupro deve ficar pronto até esta quarta-feira, segundo o delegado.

"O problema é que o caso, segundo a mulher, ocorreu em junho e fica muito difícil para o IML colher amostras genéticas para identificação de DNA. Provavelmente, outros métodos precisarão ser usados para apontar se houve o estupro, por causa da demora para registrar o caso", disse.

Na semana passada, após relatar o caso a um colega, a mulher diz que foi chamada para conversar com o embaixador Vincent Okoedion, que teria a expulsado da residência. "Ao saber o que tinha acontecido, o suspeito do estupro a agrediu”, declarou Salomão.

"Ela chegou aqui com o rosto ferido, e a agressão física já foi comprovada. Nós a encaminhamos para perícia no IML para verificar a ocorrência do estupro, mas o laudo ainda não ficou pronto. Só que esse laudo pode não ter elementos que comprovem a violência sexual por conta do tempo", afirmou Salomão.

Na noite de sábado, a polícia informou ter ido à residência oficial nigeriana, mas foi impedida de entrar por um funcionário que afirmou que o embaixador não iria se pronunciar sobre o caso porque estava em "repouso noturno".

Ataque
Em depoimento, a nigeriana afirmou que mora no Brasil há dois anos e que, em razão de dificuldades financeiras, foi convidada a morar na residência oficial pela esposa do embaixador Okoedion no início deste ano.

Ela afirmou ainda que não tinha vínculo empregatício oficial, mas que ajudava na cozinha e na limpeza da residência da delegação nigeriana.

A mulher relatou que o suposto agressor a assediava há quatro meses e que, no mês passado, teria forçado duas relações sexuais. Também em depoimento, ela disse que o suspeito mora com a esposa e o filho dentro da residência oficial.

A vítima tem uma filha e afirmou não ter emprego fixo. Além do trabalho na residência oficial, ela informou que dá aulas de inglês voluntariamente em uma igreja de nigerianos.





Fonte: Do G1 DF

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