Trabalhadores deixam madeireiras em Alta Floresta
Os trabalhadores das indústrias madeireiras de Alta Floresta (803 Km ao Norte da Capital) estão buscando melhores oportunidades em outras atividades, principalmente na agropecuária e no campo de obras da hidrelétrica Teles Pires, entre Alta Floresta e Paranaíta, segundo análise do presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Madeireiras (Sintaf), Antônio Carlos Silva. "A saída das madeireiras está sendo bastante frequente. Os trabalhadores estão em busca de melhores condições de trabalho e salários", explicou. Segundo ele, atuar no ramo madeireiro está "sendo a última opção".
Não há números consolidados de quantos profissionais já deixaram o setor, no entanto, segundo Silva, atualmente há pouco mais de mil trabalhadores nas madeireiras de Alta Floresta, Carlinda, Paranaíta, Nova Monte Verde, Nova Bandeirantes e Apiacás. "Não dá para a família sobreviver [com o salário]. Aqui a grande maioria está praticando piso de convenção, além de ter a dificuldade para segurar a mão-de-obra", acrescentou.
No município, as discussões sobre reajustes salariais ainda estão ocorrendo. A proposta inicial do sindicato dos trabalhadores foi de 12% de reajuste além de novos pisos. Em contraproposta, o Sindicato dos Madeireiros do Extremo Norte de Mato Grosso (Simenorte), sugeriu reajuste de 7%. Não foi confirmado quando ocorrerá uma nova reunião entre os representantes das classes. Atualmente, os pisos salariais são os seguintes: R$ 620,60 (nível 1) , R$ 658,05 (nível 2); R$ 753,28 (nível 3); R$ 788,59 (nível 4) e R$ 835,37 (nível 5). Eles foram oficializados ano passado, quando o reajuste para os trabalhadores que ganhavam acima do piso foi de 7%.
Não é só em Alta Floresta que a migração entre setores está sendo analisada. O fato foi destacado há cerca de dois meses pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário (Siticom) em Sinop. Na ocasião, o presidente Eder Pessine, apontou que muitos profissionais das madeireiras estão deixando o setor para atuar na construção civil, que está pagando melhor, mesmo para aquele que não tenha mão-de-obra qualificada.
O líder da categoria apontou ainda que, somente em Sinop, há aproximadamente 5 mil profissionais atuando na construção civil, incluindo os que estão na informalidade. Enquanto isso, no setor madeireiro, há cerca de 2 mil (contando também os números de Itaúba, Claudia e demais municípios que fazem parte do sindicato).
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