"Eu entrego na mãe de Deus. Ele (o pai da criança) falou que ia dar uma vida melhor para o meu filho. Foram buscar o meu filho na minha casa para matar ele”, disse Suely Fernandes da Silva, ao deixar o cemitério. O menino morreu na última terça-feira (17), vítimas de suposto espancamento por parte do pai e da madrasta, na casa da família em Rio das Pedras, também na Zona Oeste.
A doméstica Micaellen de Araújo Souza, irmã de Widemberg de Araújo Souza, 22 anos, pai do menino, disse estar surpresa com o que aconteceu e afirmou que o irmão sempre foi uma pessoa calma e era apaixonada pelo filho. “Pelo que eu conheço do meu irmão, ele sempre foi uma pessoa calma, nunca agiu assim com ninguém, ainda mais com o filho. A gente está surpreso tanto quanto vocês. Windemberg sempre demonstrou amor ao Wesley’, disse ela, que confirmou a presença da mãe da criança no local.
Mãe de Wesley (blusa preta) chorou muito durante o enterro do filho (Foto: Rodrigo Vianna/G1)
Corpo de menino de 2 anos foi sepultado no cemitério do Pechincha, em Jacarepaguá (Foto: Rodrigo Vianna/G1)
Além de parentes e amigos, moradores de Rio das Pedras, sensibilizados com o caso, também compareceram ao velório. É o caso das irmãs Arinda Cunha, de 68 anos, e Virgínia de Oliveira, de 61 anos. Elas acompanharam o caso pela TV e se disseram revoltadas com a situação.
“Vim prestar solidariedade à família, com dor no coração. É realmente muito triste tudo isso. Pensar que alguém pode matar alguém da própria família, ainda mais sendo uma criança, um anjinho. É nessas horas que eu digo que no Brasil deveria ter a pena de morte. Um pai que faz isso com o filho não merece estar vivo. É realmente inaceitável”, disse Arinda.
Parentes e amigos estavam muito abalados com morte de criança (Foto: Rodrigo Vianna/G1)
Pai admite agressão
O pedreiro Widemberg, suspeito de espancar o filho de 2 anos, assumiu em depoimento aos policiais da 32ª DP (Taquara) que bateu na criança. As informações são do delegado-adjunto Maurício Mendonça de Carvalho, que participa da investigação do caso. Segundo ele, Widemberg negou que tenha torturado o menino, mas alegou ter batido nele, na segunda-feira (16), porque a criança mexeu no gás de cozinha.
O menino foi levado para o Hospital Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, às 16h de terça-feira (17), e morreu logo em seguida. De acordo com o delegado, ele estava com várias escoriações, hematomas, fratura e arranhões no corpo. Em depoimento, a madrasta alegou que a criança tinha caído da cama.
De acordo com a polícia, o pai e a madrasta do menino vão responder por tortura, com resultado de morte, já que a criança morreu horas após dar entrada no hospital. Se condenados, eles podem pegar até 21 anos de prisão. O delegado Vilson Almeida da Silva, que registrou o caso, disse que o crime se agrava por se tratar de menor.
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