Por unanimidade, os professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) rejeitaram, em assembleia geral realizada nesta quinta-feira (19) em Cuiabá, a proposta feita pelo governo federal e decidiram manter o movimento grevista por tempo indeterminado. Os servidores estão em greve desde o dia 17 de maio deste ano deixando 19.385 acadêmicos sem aula.
De acordo com a Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat), os cerca de 120 servidores que participaram da reunião discordaram da proposta. O sindicato disse que a proposta não contempla todos os membros da categoria, uma vez que o plano prevê um reajuste salarial escalonado e diferenciado até 2015. Segundo o sindicato, o reajuste proposto seria diferenciado entre as várias graduações de professores.
A categoria de educadores não concorda, por exemplo, que o maior reajuste seja dado aos doutores titulares, que receberiam 39,53% de aumento. No entanto, para os professores, o governo desconsiderou a inflação que será acumulada nos próximos três anos, atualmente prevista pela categoria em 32%. Sendo assim, conforme a Adufmat, ao final do escalonamento, os titulares doutores teriam ajuste real de 7,49%, de acordo com o sindicato. E os outros níveis de professores - auxiliar, adjunto, assistente e associado - teriam perdas salariais.
“O governo ainda não estão dialogando abertamente com a categoria”, declarou Maurélio Menezes, membro do comando local de greve. Para o sindicalista, a maior indignação com o governo federal é em relação a falta de clareza na negociação com os professores.
Ainda de acordo com Menezes, a categoria também denuncia que a proposta pode ser considerada inconstitucional. Isso porque, na opinião do professor, ela fere a isonomia universitária e também a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) que estabelece 8h em sala de aula. Menezes explica que a proposta do governo sugere em 12h de trabalho. Mas os professores advertem que, muito tempo em sala de aula, gera uma redução no número de projetos de pesquisa e extensão.
Próximos passos
Segundo informou o sindicato, as 58 universidades federais em greve também estão realizando assembleias gerais para tirar posicionamentos que serão levados ao Comando Nacional de Greve (CNG), que irá construir uma contraproposta a ser colocada na mesa de negociação segunda-feira (23), quando o governo federal volta a receber a categoria.
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