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Política
Sexta - 20 de Julho de 2012 às 17:50

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A Justiça Federal confirmou as audiências dos réus da Operação Monte Carlo, entre eles Carlinhos Cachoeira, para os dias 24 e 25 de junho em Goiás. Segundo a decisão do juiz Alderico Rocha Santos, do Tribunal Regional Federal (TRF) - 1º Região, a defesa de Cachoeira apresentou a petição requerendo a remarcação da audiência e julgamento por entender que ainda não foram cumpridas as diligências determinadas na liminar de um habeas-corpus. Porém, no entender o juiz, essa informação não procede.

A defesa alega que dados cadastrais acessados por policiais não haviam sido fornecidos por algumas operadoras de telefonia,informação que foi negada pela decisão judicial. "As operadoras não poderiam informar dados cadastrais acessados pela policia federal relativos a outros juízos, operações ou investigações (que não da Operação Monte Carlo), mesmo porque não houve solicitação neste sentido e nem poderia", justificou Alderico.

"Não há que se falar em omissão, já que das representações para monitoramento dos telefones, bem como dos ofícios dirigidos às operadoras, constam os números das linhas telefônicas, os nomes dos assinantes e usuários. Assim, basta que a defesa se dê ao trabalho de fazer a leitura das representações e ofícios, confrontando-os com as respostas das operadoras, donde consta os números telefônicos", completou o juiz, alegando que não há motivos para o adiamento das audiências.

Para finalizar, o magistrado pediu retirada do site da Justiça Federal de todas as informações às quais poderiam ter acesso qualquer órgão da imprensa à audiência. "Por oportuno, determino que seja retirado do site desta Justiça Federal qualquer informação de eventual acesso dos órgãos de imprensa à audiência, eis que este juiz ainda está estudando a forma mais razoável de compatibilizar o direito público à informação (art. 93, IX, parte final, da CF/88) com o direito de inviolabilidade à imagem dos acusados (art.5º, X, da CF/88) e o sigilo dos diálogos interceptados", determinou.

Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.

Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.

Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.





Fonte: Terra

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