Vinte pessoas foram presas em uma operação contra uma fraude que causou prejuízo de, pelo menos, R$ 1 milhão em supermercados de Maceió, em Alagoas, e Aracaju, no Sergipe. Segundo o Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), do Ministério Público Estadual, o esquema contava com a participação de dois comerciantes, dois policiais civis e um candidato a vereador, além de um guarda municipal. Os nomes não foram divulgados.
"Outra quadrilha, que age no mundo virtual, detém uma lista enorme com cadastros completos de consumidores e vende essas informações por R$ 100", disse o coordenador do Gecoc, promotor Alfredo Gaspar de Mendonça. Ele explicou como a fraude funcionava: os dados de terceiros eram repassados para a quadrilha desmantelada nesta segunda-feira. Assim, os fraudadores confeccionavam cartões falsos para fazer compras.
O cartão fraudado era usado com autorização do comerciante, que se preocupava em copiar os dados do cartão, em alto relevo. "Há lojas, inclusive, que possuíam uma espécie de scanner que captava os dados do cartão do titular e armazenavam essas informações. Em seguida, elas passavam tais dados para as quadrilhas para que novos cartões pudessem ser clonados", afirmou o promotor.
A operação das polícias Civil e Militar com apoio da Força Nacional de Segurança cumpriu 22 mandados de busca e apreensão em casas, apartamentos, uma mansão e cinco estabelecimentos comerciais. Um salão de beleza, uma loja de material de informática e outra de equipamentos de som também foram alvos dos agentes policiais. Dos 22 mandados de prisão, 20 foram cumpridos.
"Um dos policiais envolvidos vazou a operação para alguns dos bandidos e o outro trocava mensagens com a quadrilha e ensinava algumas formas de enganar as lojas alvos das compras irregulares", disse o diretor de Polícia da Região Metropolitana, delegado Carlos Alberto Reis.
"Um candidato a vereador chegou até a oferecer a casa dele para receber os cartões de crédito clonados", disse o delegado Jobson Cabral, de Repressão ao Narcotráfico.
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