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Polícia
Sábado - 23 de Novembro de 2013 às 14:32

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 A presidente da Associação das Travestis de Mato Grosso (Astramitis), Lilith Prado, foi assaltada e espancada, no início da manhã deste sábado (23), na região do Zero Quilômetro, em Várzea Grande. 
 
Ela sofreu várias escoriações pelo o corpo e teve um dente quebrado. O crime aconteceu justamente no dia da 11ª Parada da Diversidade Sexual de Mato Grosso – movimento que luta contra o preconceito e a violência praticada contra os homossexuais no Brasil. 
 
Lilith relatou que foi assaltada por volta das 6 horas, por dois homens e duas mulheres, que estavam em um carro, um Fiat Stilo preto, de quatro portas. Ela não conseguiu identificar as placas.
 
“Primeiro, uma das mulheres desceu do veículo e me agrediu com um golpe de barra de ferro, que atingiu o meu ombro. Ela queria levar a minha bolsa, mas não conseguiu. Em seguida, os dois rapazes desceram do carro e começaram a chutar o meu rosto”, contou ao MidiaNews. 
 
Lilith disse que os agressores conseguiram levar sua peruca, avaliada de em R$ 2.500. “Eles conseguiram levar a minha peruca, que era até mais cara que minha bolsa”, afirmou. 
 
Ela disse que os criminosos são conhecidos e constantemente realizam assaltos na região do Zero Quilômetro. “São dois casais que têm praticado assaltos na região. Eles só mudam de carro”, afirmou. 
 
A travesti está com uma série de hematomas no rosto, que está inchado e desfigurado, por conta das lesões. 
 
“Eles chutaram a minha cara, tive um dente quebrado e minha boca está em carne viva por dentro. Também estou com feridas nos joelhos e meu ombro está muito dolorido, por causa do golpe com a barra de ferro”, disse. 
 
Lilith também acredita que o crime tenha motivação homofóbica, já que, segundo ela, ultimamente, apenas travestis são assaltadas no local.
 
“No domingo passado, uma travesti foi assaltada. Agora, a vítima sou eu. É claro que tem motivação homofóbica. Por que só assaltam travestis?”, questionou. 
 
Ela também disse que relata, constantemente, a situação ao comando do 4º Batalhão de Polícia Militar, em Várzea Grande. 
 
“Mas eles só dizem que vão averiguar os fatos, vão reforçar o patrulhamento da região... Só que, até agora, nada foi feito para garantir a nossa segurança”, criticou. 
 
Homofobia 
 
De acordo com o presidente da Ong LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis) Livremente, Alexanderes Virgulino, Mato Grosso é o segundo Estado em violência contra os homossexuais no Brasil.
 
Segundo ele, a situação se agrava ainda mais devido à falta de políticas públicas voltadas para o público LGBT. 
 
Dados da Ong Livremente apontam que, só em Cuiabá, existem mais de 2 mil homossexuais com o vírus da Aids.
 
Os homossexuais também costumam denunciar a "falta de preparo" da Polícia, que investiga todos os assassinatos de gays como sendo homicídios, sem levar em consideração a hipótese de motivação homofóbica.





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