Situação das rodovias
No terceiro dia de protesto, congestionamentos continuam sendo registrados em Minas Gerais, principalmente na BR-381, que liga o estado a São Paulo. De acordo com a Autopista Fernão Dias, concessionária responsável pela rodovia, por volta das 15h20, o trânsito estava parcialmente bloqueado em Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No horário, havia cerca de dez quilômetros de congestionamento no sentido São Paulo. Em Itatiaiuçu, também na Grande BH, a extensão do congestionamento era semelhante.
Caminhoneiros também realizam protesto na BR-381 no Centro-Oeste do estado. A Autopista Fernão Dias informou, por volta das 15h20, que havia bloqueio parcial na altura do km 589, em Carmópolis de Minas. Já na altura do km 649, em Santo Antônio do Amparo, a pista ficou totalmente interditada das 16h15 às 17h, conforme informou a PRF.
Em Bom Jesus do Amparo, na Região Central de Minas, o tráfego foi parcialmente fechado no iníncio da noite desta sexta. Segundo a polícia, a manifestação atingiu os dois sentidos da rodovia.
O protesto também afetou a rodovia BR-040, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, nesta sexta-feira. O tráfego foi totalmente liberado na altura do km 576, em Nova Lima, por volta das 16h.
A Polícia Militar Rodoviária informou que manifestantes também se concentram na BR-356, em Outro Preto. Por volta da 16h20, o trânsito fluía por somente uma faixa, o que causava retenção.
No Leste do estado, manifestantes fecharam um trecho da BR-116. De acordo com a polícia, somente parte da rodovia, no km 406, em Governador Valadares, estava liberada para a passagem de carros de passeio e ônibus.
Paralisação
De acordo com o presidente do Movimento União Brasil Caminhoneiro, Nélio Boltelho, as principais reivindicações dos caminhoneiros referem-se ao valor recebido pelo serviço de frete, à forma de pagamento pelo serviço, atualmente feita com o uso do chamado cartão-frete, e à falta de estrutura para descanso.
Segundo Botelho, o valor do frete, na maioria dos casos, não cobre os custos de manutenção dos veículos. Além disso, ele alega que a concorrência é muito grande na função. Isso seria resultado de uma mudança na lei 11.442 a partir de resolução da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). De acordo com o representante do movimento, a resolução 3.056 amplia de quatro para 18 as categorias que podem operar transporte de frete no país.
Até a resolução, o serviço podia ser explorado apenas por transportador autônomo que tivesse o transporte de carga como atividade principal ou empresa que tivesse no transporte rodoviário de carga sua principal atividade econômica. Atualmente, vários tipos de empresas têm conseguido a autorização da ANTT, injetando mais de 600 mil veículos no mercado, segundo o Movimento União Brasil Caminhoneiro. A categoria pede a revogação da resolução 3.056.
É questionado também o uso do cartão-frete, instituído como forma de pagamento pela resolução de número 3.658 da ANTT. O dinheiro pode ser sacado pelo caminhoneiro ou usado para abastecer, pagar fornecedores, como bares, lanchonetes e restaurantes, porém não estaria sendo bem aceito nos estabelecimentos. Para a categoria, o melhor seria o recebimento em dinheiro ou cheque.
Já sobre a carga horária, a lei estipula que a jornada de trabalho pode chegar a 13 horas diárias e que haja um intervalo de 11 horas para o descanso. No entanto, os caminhoneiros reclamam que não há pontos de parada e locais para fazer higiene pessoal adequados. O Movimento União Brasil Caminhoneiro pede que a fiscalização seja adiada em um ano e que melhorias sejam feitas.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informou que discutirá com transportadoras e caminhoneiros novas regras para a regulação do setor. A agência também informou que busca o aperfeiçoamento dos requisitos para inscrição no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas e das normas relativas ao pagamento eletrônico de frete.
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