Funcionário da segurança do tradicional Looping Star, Tadeu de Souza, de 32 anos, não escondia o cansaço e a chateação. “Eu sou funcionário há pouco tempo, mas frequentei esse parque com meus pais, com meu filho, e hoje é um dia muito triste. O fim de algo que fez parte da história dessa cidade e da minha vida. Não foi possível conter as lágrimas quando me encontrei com colegas na abertura do parque e agora, com o fechamento, está ainda mais difícil”, disse ao G1.
Ainda antes de anoitecer já era possível encontrar funcionários com ar de tristeza enquanto acompanhavam as últimas horas de funcionamento do parque. No carrinho de pipocas, a jovem Graziela Souza, 19 anos, sofria com a incerteza. “Hoje quando terminar aqui estarei desempregada. Será muito triste voltar amanhã para devolver o uniforme e encarar o fim do contrato. Gostava muito de trabalhar aqui”, afirmou.
Graziela Souza, vendedora de pipocas, lamentou
o fechamento (Foto: Nathália Duarte/G1)
E não sofreu apenas quem perdeu o emprego neste domingo. Visitantes acostumados a frequentar o parque já circulavam chorando. É o caso de Ricardo Fernandes, 21 anos, que se despedia do Playcenter ao lado de amigos que conheceu no próprio parque. “Eu venho aqui há 18 anos. E essas vindas acabaram virando amor. Aqui fiz os melhores amigos. Estou muito triste hoje”, contou, ao mostrar os carimbos de entrada no parque desde a noite de sábado (28) e ostentar com orgulho a camiseta que comprou como lembrança.
O funcionamento do parque foi encerrado oficialmente às 19h, com o anúncio, pelo sistema de som, do histórico do parque e da necessidade de novas atrações, dessa vez voltadas a um público mais familiar. O encerramento das operações foi acompanhado pelo proprietário do Playcenter, Marcelo Gutglas, que recebeu cumprimentos de visitantes.
Já entre os funcionários, a despedida ocorreu com muitas bexigas, espuma e abraços calorosos.
Dia ensolarado
No seu último dia de funcionamento, o Playcenter registrou filas em quase todos os brinquedos e um movimento considerado acima da média, segundo a administração. O parque abriu às 11h e quem chegava recebia um bottom com os dizeres “curti até o último dia”.
Só neste domingo, estiveram no Playcenter cerca de 8 mil pessoas. Entre a sexta, o sábado, o evento da madrugada de sábado para domingo e o próprio domingo, foram mais de 30 mil visitantes, segundo a administração. Neste domingo, até mesmo funcionários que estavam de folga fizeram questão de participar do encerramentro.
Entre o público do parque neste domingo, havia muitas famílias. Pais que aproveitaram o Playcenter ainda crianças e vieram para a despedida com os seus filhos. Além dos brinquedos, visitantes contaram com apresentações das bandas marciais de Mairiporã (SP) e São Vicente (SP).
O único transtorno percebido pelos visitantes foi o não funcionamento do Turbo Drop por quase cinco horas. A atração, conhecida como uma espécie de elevador, teve seu funcionamento interrompido ainda antes da abertura do parque por questões de segurança e só voltou a operar perto das 16h.
Segundo funcionários que não quiseram ser identificados, o brinquedo apresentava um problema de pressão. Em outros brinquedos, como o Tsunami, algumas cadeiras estavam interditadas por manutenção.
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