Os combates na maior cidade síria entraram no segundo dia de uma feroz ofensiva governamental. Duzentos mil civis fugiram, segundo as Nações Unidas, e muitos estariam presos depois que Assad enviou tanques e helicópteros de ataque para tentar expulsar os rebeldes.
A oposição síria diz que as forças governamentais estão se preparando para praticar "massacres" e apela à comunidade internacional para fornecer armas pesadas para possibilitar aos rebeldes responderem à altura os ataques do regime.
"Está bem claro que Aleppo é outro exemplo claro do tipo de violência indiscriminada que o regime de Assad cometeu contra seu próprio povo", disse Panetta a jornalistas em um avião militar a caminho da Tunísia, primeira escala de um giro internacional que o levará ainda ao Egito, a Israel e à Jordânia.
"Se continuarem com este tipo de ataque trágico contra seu próprio povo em Aleppo, eu penso que no fim das contas isto representará um prego no caixão de Assad", afirmou.
"Ele apenas está assegurando que o regime terá um fim devido ao tipo de violência que está praticando contra seu próprio povo", acrescentou.
Segundo Panetta, Assad "perdeu toda a legitimidade e quanto maior a violência que emprega, mais ele demonstra que o regime está chegando ao fim", emendou.
Não é mais uma questão de se o regime vai cair, mas "de quando" isto ocorrerá, acrescentou.
20 mil mortos
Mais de 20 mil pessoas foram mortas, entre elas 14 mil civis, desde que o levante contra o regime de Assad teve início, em março de 2011, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), com sede em Londres.
"Os Estados Unidos e a comunidade internacional têm deixado muito claro que isto é intolerável e têm pressionado diplomática e economicamente a Síria para por um fim a este tipo de violência, a conseguir a saída de Assad e uma transição para uma forma democrática de governo", disse Panetta.
Al-Oqaidi concede entrevista à agência AFP na
madrugada deste domingo (29). (Foto: AFP)
Líder rebelde
O coronel Abdel Jabbar al-Oqaidi, chefe militar dos rebeldes em Aleppo, reunido com seus homens, concedeu uma entrevista à agência AFP, na qual afirma que a cidade será o "túmulo" do exército sírio.
"Aleppo será o túmulo dos tanques" das tropas do regime Assad, disse o ex-coronel do exército de Assad, depois de os rebeldes terem afirmado que resistiram aos ataques das forças regulares na cidade, que é o centro econômico do país.
"Nós pedimos ao ocidente apenas uma zona de exclusão aérea", para evitar os bombardeios aéreos, disse.
"Estamos prontos para derrubar este regime", afirmou o oficial rebelde. "Não há uma retirada estratégica do Exército Sírio Livre (ESL, formado por desertores e civis armados), em Aleppo. Esperamos o ataque", disse, recusando-se, por razões de "segredo militar", a revelar quantos rebeldes estão lutando.
"O exército só pode usar seus aviões ou artilharia pesada à distância, bombardear cidades, destruir casas. Ele não pode entrar na cidade", afirmou o líder rebelde. "Estamos posicionados por toda a cidade e temos armas para nos defender dos helicópteros", disse, acusando o regime de tentar "cometer um massacre". "Eles querem fazer como em Homs", a cidade central da Síria, símbolo da repressão brutal por parte do regime de Damasco.
"Acreditamos que eles podem cometer um massacre enorme, e pedimos à comunidade internacional que intervenha para evitar esses crimes", acrescentou o coronel. Para ele, "o exército sírio vacila, está entrando em colapso. Não defende mais nenhuma causa específica".
Liga Árabe
Ainda neste domingo (29), o chefe da Liga Árabe descreveu a situação na Síria como equivalente aos crimes de guerra e disse que os responsáveis serão penalizados internacionalmente, informou a agência de notícias oficial do Egito.
Rebeldes sírios em Aleppo neste sábado (28) (Foto: AP)
"O Dr. Nabil Elaraby, secretário-geral da Liga Árabe, descreveu o que está acontecendo na Síria, especialmente na cidade de Aleppo, como equivalente a crimes de guerra, e advertiu que os autores destes crimes serão responsabilizados internacionalmente", afirmou a agência.
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