Ele é acusado de repassar questões de pré-teste aos alunos da escola em Fortaleza
Professor será processado por fraude no Enem
A Justiça Federal do Ceará aceitou, nesta quarta-feira (1º), a denúncia feita pelo Ministério Público Federal do Estado contra o professor do colégio Christus Jahilton José Motta pelo vazamento de questões do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2011.
Em sua decisão, o juiz Danilo Fontenelle Sampaio, da 11ª Vara Federal, rejeitou as acusações da Procuradoria contra os demais suspeitos de envolvimento na fraude. São eles: as funcionárias do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) Maria Tereza Serrano Barbosa e Camila Akemi Karino; a representante da Cesgranrio Evelina Eccel Seara e a coordenadora do colégio Christus Maria das Dores Nobre Rabelo.
A investigação da Polícia Federal apontou que, poucos dias antes da realização do Enem, o professor de física entregou aos alunos do colégio em Fortaleza um material de estudos com questões idênticas às da prova aplicada nos dias 22 e 23 de outubro de 2011. As perguntas teriam sido retiradas de um pré-teste realizado em outubro de 2010.
Os funcionários do Colégio Christus, coordenadora e professor, foram denunciados pela utilização e divulgação indevida do material sigiloso e pela violação de sigilo funcional. A acusação foi feita com base no artigo 325 do Código Penal, que prevê punição para crimes cometidos contra a administração pública.
O procurador da República, Oscar Costa Filho, afirmou ao R7 que o Ministério Público Federal vai entrar com recurso na Justiça para incluir os demais suspeitos no processo.
A direção da escola foi procurada pela reportagem, mas até o fechamento desta reportagem, ninguém havia sido encontrado para comentar o caso.
Consultado, o MEC (Ministério da Educação) preferiu não comentar a decisão.
Entenda o caso
Ao menos 14 questões da prova do Enem 2011 vazaram para 639 alunos do colégio Christus. Os itens estavam em apostilas distribuídas pela escola semanas antes da aplicação do exame e foram copiadas da fase de pré-testes do Enem, realizada na instituição de ensino em outubro de 2010.
O vazamento das questões veio à tona depois que uma conta do Facebook registrada no nome Caio Cipriano postou imagens das perguntas. O escândalo motivou protestos de estudantes por todo o País.
O pré-teste é feito pelo Inep para avaliar se as questões em análise são válidas e qual é o grau de dificuldade de cada uma. Os cadernos de questões deveriam ter sido devolvidos após a aplicação e incinerados pelo Inep.
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