Segundo a denúncia, o crime ocorreu em 2005, quando uma das vítimas do crime tinha oito anos, e a irmã tinha nove anos. "Eu perdi a minha infância, praticamente. Eu não tinha com quem brincar. Não tinha o que fazer", diz a irmã mais velha, atualmente com 15 anos. "Ela é insultada na escola. Pintaram ela de estupradinha. Ela chegava em casa chorando", afirma a mãe da adolescente.
Segundo a denúncia do Ministério Público, o promotor Ricardo Maia, então coordenador-geral do Decon, convidou as duas crianças para visitarem o sítio dele, que fica em Guaramiranga, na Região Metropolitana de Fortaleza. Lá, de acordo com a denúncia, ele trancou as crianças em um quarto para praticar violência sexual.
O promotor chegou a ficar preso por cinco dias no quartel do Corpo de Bombeiros, em Fortaleza. Ele foi solto e continuava em atividade no Ministério Público até antes da condenação. O advogado diz que a família autora da denúncia mentiu sobre o caso.
"São tantas as contradições que, sem exagero, são mais de 75 contradições. Analisando, de forma honesta, consciente, o depoimento prestado pelas menores, por suas mães, avós e tias... faça a verificação, elas faltam com a verdade", defende Clayton Marinho, advogado de defesa do promotor.
A acusação, por outro lado, defendeu que houve o crime de forma premeditada, conforme explica Assis Costa, advogado assistente de acusação: "Ele arquitetou todo o plano. Começou a agradar a família, depois começou a convidar as crianças para brincar e ir à piscina para tomar banho".
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