O caroço de algodão está super valorizado nesta semana no mercado devido a grande procura dos compradores. O valor do produto, em algumas regiões, teve um aumento de 34% em julho na comparação com mesmo período de 2011. Em Rondonópolis, por exemplo, o caroço chegou ao valor de R$ 415 a saca de 60 quilos, como divulgou o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
A procura aumentou por parte dos confinadores, porque o caroço pode ser um substituto para o farelo de soja na alimentação dos bovinos, além de ser usado pelas indústrias esmagadoras para a produção de óleo. "Na últimas semanas o preço aqueceu e os produtores estão tendo um poder de barganha, porque os pecuaristas estão procurando bastante. O caroço do algodão pode ser substituído na alimentação do gado", explicou Elisa Gomes, analista de mercado do Imea.
O produtor Gilberto Gollner é um exemplo de quem usa do caroço do algodão para alimentar o rebanho. "A ração que fizemos é grão total. Ele participa com 19,2% no máximo na alimentação dos animais. Contudo, não pode passar dos 24% para que a carne não pegue o gosto do grão. Hoje a composição de uma dieta balanceada precisa ter o algodão".
Em contrapartida, o preço da pluma tem se desvalorizado. Trancredo Nante é gerente de uma propriedade de 10 mil hectares em Pedra Preta, a 243 km de Cuiabá. Ele acredita que a pluma não será suficiente para "sustentar" os custos desta safra. "Devido ao alto custo de produção que o algodão está projetando para o próximo ano, será baixo o preço de mercado. Para quem plantar o algodão neste ano o lucro será praticamente no caroço", observou.
Além da grande procura pelo produto, o atraso na colheita foi outro fator que pesou na custos de produção e de comercialização. "No ano passado começamos a colher algodão com 195 dias. Nessa safra começamos a colher com 210 dias. Encareceu o custo e a receita líquida vai ficar empatada", explicou o técnico agricola João Mattos.
Enquanto os produtores vão aproveitando o bom momento no preço, a colheita do algodão segue em Mato Grosso e já alcançou 34% nesta semana. De acordo com a Compania Nacional de Abastecimento (Canab) a produção de pluma e caroço devem ficar em 982,7 mil toneladas e 2,6 milhões toneladas, respectivamente, aumento de 5,1% em ambos os produtos.
Pluma
Os preços do algodão em pluma, nesta semana, caíram 1,2% em Mato Grosso, fechando a semana no valor de R$48,90/@ em Primavera do Leste. Em relação aos últimos três meses, os preços tiveram muitas oscilações e ainda apresentam uma queda de 2,3%, segundo o Imea.
Em 20 de abril, a pluma em Primavera do Leste foi cotada a R$ 50,10/@, obtendo queda de 8,6% até meados de junho, quando registrou o preço mais baixo do ano, de R$ 45,80/@.
Exportação
O mercado internacional segue como principal elemento para o escoamento da pluma, se destacando como comprador no primeiro semestre de 2012. As cooperativas do estado tiveram um aumento na participação das exportações de Mato Grosso, passando de 12% para 26% no volume de pluma embarcado pelo estado.
Em junho o estado registrou o menor número de 2012, com 23 mil toneladas. A Turquia foi a maior compradora da pluma da unidade federada, com 5,7 mil toneladas, seguida da China, com 5,6 mil toneladas. Os dois países juntos representam 46,8% das exportações de junho.
Apesar de a China ter importado menos que a Turquia no mês, é a maior compradora de algodão de Mato Grosso, representando sozinha 22% das exportações totais do 1º semestre, enquanto a Turquia está com apenas 10,3% e ocupa a 4ª posição do ranking estadual.
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