Dezenas de milhares de pessoas se reuniram no começo do dia no Parque Memorial da Paz de Hiroshima, onde às 8h15 (horário local, 20h15 do domingo em Brasília), várias badaladas e um minuto de silêncio marcaram o momento em que a cidade sofreu o primeiro ataque nuclear da história e ficou reduzida a cinzas.
Calcula-se que a bomba "Little Boy" lançada pelos Estados Unidos acabou de forma imediata com a vida de cerca de 80 mil pessoas, embora no final de 1945 os mortos chegavam a cerca de 140 mil e as vítimas da radiação nos anos posteriores foram muitas mais.
"Não devemos permitir que a tragédia seja esquecida", afirmou durante a cerimônia o primeiro-ministro do Japão, Yoshihiko Noda, insistindo que Japão, único país que sofreu um ataque atômico, deve liderar o debate internacional sobre a não proliferação e o desarmamento nuclear.
Noda também se referiu ao desastre que no ano passado sacudiu a usina nuclear de Fukushima e que ainda mantém dezenas de milhares de pessoas fora de suas casas por causa da radioatividade, e assegurou que o Governo fará "todo o possível" para descontaminar a região a fim de que os deslocados possam retomar suas vidas.
Além disso, reiterou que seu Governo levará adiante uma política energética encaminhada a reduzir a dependência das usinas nucleares e garantir uma segurança energética a longo prazo.
A cerimônia aconteceu em um momento em que o debate nuclear no Japão foi reavivado por causa do acidente de Fukushima, depois do terremoto e tsunami do dia 11 de março de 2011.
Entre os presentes na cerimônia estiveram representantes de 71 países, entre eles o embaixador dos EUA, John Roos, e os de outras nações com arsenal atômico, como França e Reino Unido.
O neto do presidente americano Harry S. Truman - que no 6 de agosto de 1945 deu a ordem de lançar a bomba atômica sobre Hiroshima e, três dias depois, uma segunda sobre Nagasaki - também esteve presente.
Clifton Truman Daniel, de 55 anos, está no Japão convidado por uma ONG para a paz a fim de assistir às cerimônias de Hiroshima e Nagasaki e se reunir com sobreviventes de ambas as tragédias. EFE
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