Fiscais federais agropecuários – cuja categoria é ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), deflagraram greve nesta segunda-feira (6) em todo país. A mobilização é uma cobrança ao Governo Federal por melhores condições de trabalho, reestruturação da carreira, contratação de profissionais mediante concurso público, entre outros tópicos. Segundo o Sindicato da categoria (Anffa Sindical), no país são 3,2 profissionais para realização de serviços ligados à garantia da segurança alimentar desde o campo até o consumidor final.
Em Mato Grosso, de acordo com o sindicato, são 80 servidores. O delegado sindical Nilo Silva Nascimento diz que o número é insuficiente para atender a demanda. Conforme o representante, seriam necessários mais 80 profissionais. A categoria engloba servidores de diferentes áreas como engenheiros agrônomos, médicos veterinários, zootecnistas e demais.
“Cresceu muito a agricultura, mas ficamos estagnados. Não aumentou nosso quadro. Somente no Brasil ficamos 21 anos sem concurso e hoje 60% dos profissionais que estão trabalhando já preenchem os requisitos para se aposentarem”, destacou Nilo, em entrevista ao G1.
Com a greve, ficam prejudicados serviços que estão ligados à inspeção de carne ao mercado externo, importações e exportações que ocorram via fronteira de Cáceres, a 250 quilômetros de Cuiabá, além de autorizações para importação de fertilizantes, agrotóxicos, e demais atribuições ligadas à área sanitária.
O item salarial também engloba a pauta da categoria. “Pedimos que todo salário base e aquele via remuneração sejam transformados em uma única rúbrica, um subsídio. Compor tudo em um único salário”, acrescenta Nilo Silva. Atualmente, segundo o delegado, 55% dos salários são gratificações.
Mercado interno x externo
Segundo o delegado sindical em Mato Grosso, não haverá prejuízos, ou mesmo desabestecimento alimentar no mercado interno, explica Nilo Silva Nascimento. “Só serão mantidos os serviços relacionados ao aspecto sanitário dos alimentos. As inspeções nos frigoríficos, por exemplo, para o mercado interno”, ressalta o dirigente
Já as inspeções nas unidades frigoríficas onde há o Serviço de Inspeção Federal (SIF) com foco no mercado externo serão interrompidas. Para o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, a falta de entendimento entre governo e fiscais agropecuários pode prejudicar a ‘imagem’ do Brasil perante o mercado mundial de carnes.
“Temos uma cadeia que movimenta bilhões de reais por ano, mas que está totalmente refém dessas situações pontuais. Isso não pega bem para a imagem do produto brasileiro”, avaliou o superintendente.
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