Ao contrário da namorada do contraventor Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça, que permaneceu por sete minutos na CPI e nada falou, a ex-mulher do contraventor surpreendeu os parlamentares nesta quarta-feira ao ler um texto no qual negou que tenha alguma atitude ilegal, disse que as empresas que estão em seu nome não têm mais vínculo com seu ex-marido e fez um apelo para que sua imagem e a de seus filhos seja preservada. Durante a sua fala, ela chegou a se emocionar e a chorar.
Andréa agiu de forma diferente de outros depoentes, que diziam que não falariam e eram dispensados imediatamente, e permaneceu na CPI porque leu um comunicado. Os parlamentares entenderam que, desta forma, ela deveria prestar esclarecimentos. O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) defendeu que ela fosse dispensada, mas a maioria entendeu o contrário.
Os parlamentares resolveram transformar, então, em secreta a sessão para ouvir Andrea Aprígio. A decisão foi tomada depois que o presidente da comissão, Vital do Rego (PMDB-PB) consultou o advogado da depoente. Andrea disse, desde o início, que não queria ficar exposta e, por isso, os parlamentares propuseram que o depoimento dela se desse de forma secreta. A sessão já terminou, mas ainda não há informações sobre o depoimento.
No início da sessão, Andrea Aprígio se valeu de uma frase de sua avó para dizer que, mesmo separada do bicheiro, ela será sempre a ex-mulher dele e chegou a questionar os parlamentares se alguém deixaria algum bem em nome de uma ex-mulher.
- Sou defensora de valores éticos, morais e cristãos para mim e para meus filhos. O patrimônio que está em meu nome é fruto de separação consensual. Sou engenheira civil, advogada e administro minhas empresas. Meu patrimônio declarado à Receita Federal, com todos os tributos recolhidos. O crescimento patrimonial foi considerado compatível com minha renda.
Andréa Aprígio chegou às 10h35m e só estavam na sala nove parlamentares dos 64 que fazem parte da CPI. Quando o relator Odair Cunha (PT-MG) questionou a depoente sobre um empréstimo de Cachoeira para ela, Andrea disse que não iria falar mais nada.
- Imaginei que pudesse utilizar dos meus 20 minutos e depois utilizar o habeas corpus para nada mais falar. Se soubesse que iria ter de ficar, não teria falado nada. Gostaria que vocês preservassem meu direito de não responder aos questionamentos - disse antes da sessão ser fechada.
Comentários