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Nacional
Sexta - 17 de Agosto de 2012 às 05:30

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A promotora Luciana Ribeiro Guimarães pediu a liberdade assistida ao adolescente de 17 anos que tentou matar 10 colegas de trabalho colocando veneno de rato no café da empresa onde trabalhava, em Santa Bárbara d"Oeste (SP). Em audiência nesta quinta-feira (16) no Fórum, as vítimas e outras testemunhas que trabalhavam na empresa foram ouvidas. No entendimento do Ministério Público Estadual, não é necessária uma internação duradoura ao rapaz. A Justiça tem 10 dias para  emitir sentença sobre o futuro do adolescente, que está abrigado em uma unidade da Fundação Casa na região.

No dia 11 de julho, o rapaz colocou veneno para matar rato no café-da-manhã servido na empresa, uma confecção de roupas. Dez funcionários passaram mal e foram atendidos em unidades públicas de saúde de Santa Bárbara d"Oeste. Na época, ele alegou que foi motivado por provocações que recebeu por ser do Pará e por ganhar menos que os outros funionários. Ele está na Fundação Casa há 35 dias e só pode ficar no local mais 10 dias se não houver sentença.

Dez pessoas são envenenadas com café de empresa em Santa Bárbara (Foto: Reprodução EPTV)
Dez pessoas beberam café com veneno para
rato em empresa (Foto: Reprodução/EPTV)

Não há mais ninguém para ser ouvido sobre o caso, pois o menor depôs no dia seguinte ao envenenamento. Para a promotora da Infância e Juventude, o período de reclusão já é suficiente como medida educativa. O adolescente precisa ser acompanhado por assistentes sociais e psicólogos do Fórum no período de reinserção.

O que pesou para o pedido do Ministério Público foram os depoimentos das testemunhas. "Todos falaram que ele é um rapaz tranquilo, de bom trato. Acredito que ele não tinha verdadeira noção da gravidade do que fez. Como temos que nos preocupar com a questão educativa, creio que esse período de internação seja o suficiente", disse Luciana.

Família
A mãe do adolescente vive em Belém do Pará e acompanhou o delito do rapaz pela internet e por telefone. Chocada, ela relatou que o filho sempre foi "tranquilo e de boa índole".  “Ele me dizia que aqui no Pará não tinha oportunidades de trabalho e que queria me dar uma vida melhor, pois eu criei ele e a irmã sozinha, sem ajuda do pai. Aí surgiu o convite do primo, que já estava aí em São Paulo”, explicou.

Ainda segundo a mãe, o menor mudou-se para Santa Bárbara há seis meses e logo depois conseguiu a vaga de auxiliar de produção. “Ele estava muito feliz. No começo mandava até um pouco de dinheiro para mim, que moro sozinha, porém com o passar do tempo começou a reclamar que ganhava menos do que os outros e que não estava conseguindo estudar. Então, eu disse a ele que guardasse dinheiro, para evitar se endividar”, afirmou.

Segundo o primo do menor, que morava com ele e outro primo em Santa Bárbara d"Oeste, o caso impressionou vizinhos e amigos. “Ninguém pensava que ele poderia fazer algo assim. Era calmo, vinha para casa e jogava vídeo-game. Conversávamos com ele para orientá-lo. Ele faltava no serviço e isso o prejudicava”, afirmou.





Fonte: Do G1

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