No dia 11 de julho, o rapaz colocou veneno para matar rato no café-da-manhã servido na empresa, uma confecção de roupas. Dez funcionários passaram mal e foram atendidos em unidades públicas de saúde de Santa Bárbara d"Oeste. Na época, ele alegou que foi motivado por provocações que recebeu por ser do Pará e por ganhar menos que os outros funionários. Ele está na Fundação Casa há 35 dias e só pode ficar no local mais 10 dias se não houver sentença.
Dez pessoas beberam café com veneno para
rato em empresa (Foto: Reprodução/EPTV)
Não há mais ninguém para ser ouvido sobre o caso, pois o menor depôs no dia seguinte ao envenenamento. Para a promotora da Infância e Juventude, o período de reclusão já é suficiente como medida educativa. O adolescente precisa ser acompanhado por assistentes sociais e psicólogos do Fórum no período de reinserção.
O que pesou para o pedido do Ministério Público foram os depoimentos das testemunhas. "Todos falaram que ele é um rapaz tranquilo, de bom trato. Acredito que ele não tinha verdadeira noção da gravidade do que fez. Como temos que nos preocupar com a questão educativa, creio que esse período de internação seja o suficiente", disse Luciana.
Família
A mãe do adolescente vive em Belém do Pará e acompanhou o delito do rapaz pela internet e por telefone. Chocada, ela relatou que o filho sempre foi "tranquilo e de boa índole". “Ele me dizia que aqui no Pará não tinha oportunidades de trabalho e que queria me dar uma vida melhor, pois eu criei ele e a irmã sozinha, sem ajuda do pai. Aí surgiu o convite do primo, que já estava aí em São Paulo”, explicou.
Ainda segundo a mãe, o menor mudou-se para Santa Bárbara há seis meses e logo depois conseguiu a vaga de auxiliar de produção. “Ele estava muito feliz. No começo mandava até um pouco de dinheiro para mim, que moro sozinha, porém com o passar do tempo começou a reclamar que ganhava menos do que os outros e que não estava conseguindo estudar. Então, eu disse a ele que guardasse dinheiro, para evitar se endividar”, afirmou.
Segundo o primo do menor, que morava com ele e outro primo em Santa Bárbara d"Oeste, o caso impressionou vizinhos e amigos. “Ninguém pensava que ele poderia fazer algo assim. Era calmo, vinha para casa e jogava vídeo-game. Conversávamos com ele para orientá-lo. Ele faltava no serviço e isso o prejudicava”, afirmou.
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