Profissionais vinculados à Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf), Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) e Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) que atuam na sede das instituições em Cuiabá paralisaram as atividades na manhã desta segunda-feira (27) e acamparam em frente ao prédio da Secretaria. A categoria reclama do sucateamento das autarquias, além da falta de condições de trabalho e autonomia administrativa. A paralisação e o acampamento devem durar até quarta-feira (29).
"É uma situação caótica", afirma Gilmar Brunetto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Pública de Mato Grosso (Sinterp). Conforme explica o dirigente, a pauta de cobrança engloba ainda itens como melhora no orçamento da Sedraf e suas vinculadas; fim do núcleo sistêmico - hoje responsável por colocar em prática as decisões das entidades do serviço agropecuário - agilidade na liberação dos recursos do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), no valor de R$ 7 milhões para investimento e custeio na Empaer.
"Só operacionalizamos 38%. Enquanto em outros estados os núcleos sistêmicos estão agilizando, em nosso só está burocratizando", afirmou o dirigente. Os servidores cobram ainda a construção da nova sede da Empaer, avaliada em R$ 5,5 milhões, com recursos do MDA e já liberados há mais de dois anos.
A primeira rodada de reunião com o governo do estado está marcada para esta segunda-feira na Casa Civil de Mato Grosso. Servidores prometem paralisar os serviços em diferentes municípios do estado caso as reivindicações não sejam atendidas. No interior de Mato Grosso, servidores do Indea trabalham com apenas 30% do efetivo, segundo o sindicato.
A convocação de servidores aprovados em concurso da Sedraf e Indea também é reivindicada. Na Empaer, explica Gilmar Brunetto, o número de profissionais efetivos chega a pouco mais de 300.
"Hoje a Empaer tem 519 funcionários, mas efetivos são pouco mais de 300. Por enquanto, desta autarquia vão parar os servidores que estão no núcleo sistêmico. Mas se não avançar, podemos paralisar nos 136 municípios", afirmou Brunetto.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Agrícola, Agrário e Pecuário do Estado de Mato Grosso (Sintap), Diany Dias, diz que a mobilização ocorre não em função de melhores salários. “Não pedimos salário, mas a reestruturação para qualidade nos serviços que prestamos”, apontou. Somente no Instituto de Defesa Agropecuária em Mato Grosso (Indea) são 666 servidores, mas até o final do ano o número deve cair para 532 em função das aposentadorias, como estima o sindicato da categoria.
Ao todo, 138 municípios são atendidos por meio de bases ou unidades instaladas em diferentes municípios do estado.
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