Rodovias bloqueadas por índios geram transtornos em postos

Nas proximidades das rodovias federais - 364 e 174 bloqueadas pelos indígenas em Mato Grosso desde a manhã desta-feira (27), os caminhoneiros lotam os postos de combustíveis. Sem opções de desvios para seguirem viagem, os profissionais do transporte de cargas utilizarão os postos como paradas até que ocorra o desbloqueio das das rodovias.

No início da manhã desta terça-feira, no posto Aldo, saída para Rondonópolis, por exemplo, o pátio do estabelecimento chegou a receber 500 caminhões, ficando difícil até para os caminhoneiros realizarem manobras. Poucos conseguem sair e não há mais espaço para outros veículos. Nos demais postos localizados na BR-364, a situação é a mesma. Como falta espaço no pátio dos postos, os motoristas estacionam seus veículos também nas margens das rodovias.

Para Aldo Locatelli, empresário e presidente do Sindicato dos Revendedores de Combusíveis em Mato Grosso (Sindipetróleo), a continuidade da paralisação pode gerar até mesmo a falta de produtos, inclusive de combustíveis, em alguns municípios. “Há muitos caminhões-tanque que precisam entregar carga em Rondonópolis, mas ainda não conseguiram ultrapassar o bloqueio”, pontua Locatelli.

Em Mato Grosso, o trânsito foi interrompido por centenas de índios de 8 etnias em dois trechos. Na BR-364, no km 360, próximo a Serra de São Vicente. O segundo ponto bloqueado está localizado na BR-174, no município de Comodoro (644 km a leste de Cuiabá), próximo à divisa de Mato Grosso com o estado de Rondônia.

Os indígenas reivindicam a suspensão da Portaria 303, da Advocacia Geral da União (AGU), que entra em vigor no dia 24 de setembro. O documento regulamenta a atuação dos advogados públicos e procuradores em processos judiciais envolvendo a demarcação e o uso de terras indígenas. Nesta quarta-feira (29) em Brasília, deve ocorrer uma reunião entre representantes dos índios, da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Ministério da Justiça e da Advocacia Geral da União para discutir o assunto. Os indígenas prometem manter a interrupção das rodovias até que a revogação da portaria ocorra. (W.S)