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Política
Quarta - 29 de Agosto de 2012 às 08:35

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Aguardado com grande expectativa, o depoimento do ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, à CPI do Caso Cachoeira, nesta terça (28.08), não trouxe nada de novo em relação à influência da Delta na liberação de recursos públicos oriundos do Dnit. A avaliação é do senador Pedro Taques (PDT-MT), que assinou todos os requerimentos pela convocação de Pagot.
 
"A montanha pariu um rato", afirmou Pedro Taques ao justificar a ausência de novos elementos que comprovem as formas utilizadas pela Delta para influenciar na liberação de recursos públicos de forma indevida e nos vínculos dessa prática com a organização criminosa de Carlinhos Cachoeira. A Delta era uma das principais construtoras das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e, para isso, teria recebido bilhões em recursos públicos.

Em sua primeira pergunta, Pedro Taques questionou Pagot sobre entrevista concedida em abril deste ano na qual informava que o deputado federal Waldemar Costa Neto era "o operador da Delta dentro do Dnit”. Segundo ele, o mesmo parlamentar fazia diversas pressões para sua saída do Dnit, especialmente nos períodos de fevereiro e abril de 2011.

"O senhor confirma essas afirmações? Como o deputado Waldemar Costa Neto fazia essas pressões? Que objetivos ele tinha? Que demandas ele levava ao senhor ou à sua administração? Sobre quais obras ou contratos o deputado agia em defesa da Delta?”, indagou Pedro Taques.
Na segunda parte dos questionamentos, o senador Pedro Taques perguntou sobre pressões e reclamações de outras fontes, como os investigados nesta CPI Claudio Abreu (diretor da Delta no Centro-Oeste) e Fernando Cavendish (presidente da Delta).

O ex-diretor geral do Dnit, assim como em resposta a outros questionamentos, disse que sua saída do órgão teria sido provocada por um complô entre o contraventor Carlinhos Cachoeira e o representante da empresa Delta para o Centro-Oeste, Cláudio Abreu.

No mesmo depoimento, Luiz Antônio Pagot afirmou que, quando estava no Dnit, o ex-ministro das Comunicações Hélio Costa foi ao seu escritório lhe pedir indicações de empresas que poderiam fazer doações para sua campanha ao governo de Minas Gerais, em 2010. Após se recusar a fazer as indicações, Hélio Costa teria ameaçado Pegot de retirá-lo do cargo.
A ex-senadora e ministra Ideli Salvatti também teria lhe pedido indicações de empresas para doações a sua campanha ao governo de Santa Catarina. Assim como no caso de Hélio Costa, Pagot disse ter recusado.

Embora admita que pediu apoio à empresas na campanha eleitoral da então candidata presidencial Dilma Roussef, Pagot afirma que não vinculou o pedido a qualquer contrapartida financeira. Ele informou ainda que as empresas contatadas prestavam serviço ao Governo Federal.
A respeito da indagação de Pedro Taques sobre a participação de outros parlamentares, Luiz Antônio Pagot citou o "zelo” do deputado federal Wellington Fagundes com todas as obras da Delta contratadas pelo Dnit. Afirmou ainda que o termo "operador” atribuído a outro parlamentar pode ter sido colocado de forma equivocada.

Luiz Antônio Pagot, que foi diretor-geral do Dnit de 2007 a 2011, depõe desde as 10h30 à CPI do Cachoeira.






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