Brasileiro desenvolve privada ecológica que não necessita de água e transforma os dejetos humanos em pó passível de ser aproveitado na construção civil ou como adubo. O presidente da Associação Nacional dos Inventores, Carlos Mazzei, considera a privada um produto revolucionário. "Em 25 anos de trabalho, essa é uma das melhores, senão a melhor invenção que apareceu aqui", afirma.
Para Mazzei, a privada ecológica pode ser uma solução para favelas ou moradias de países em desenvolvimento. "Ela acaba com o problema de rede de esgoto no Brasil e no mundo."
A privada ecológica foi criada por Mario Benedito da Silva, morador de garimpo em Rondônia. Durante seis anos ele pesquisou formas para evitar que dejetos produzidos por trabalhadores em garimpos ou dragas fossem lançados no solo ou em rios. "O processo a que cheguei não polui solo ou lençol freático e ainda reaproveita aquilo que era um grande problema, que é o rejeito humano, para a construção civil e, no campo, para adubo. Porque as fezes têm nitrogênio, fósforo, potássio, além da cal, que regula a acidez", explica.
Com o apoio da Associação Nacional dos Inventores (ANI), ele iniciou uma pequena produção de 70 privadas para uma empresa que atua no garimpo. As unidades vão substituir as fossas. A empresa entrou com o material e Benedito com a mão-de-obra. O inventor também já vendeu 50 privadas para moradores.
De posse da patente do produto, Benedito está agora à procura de financiamento. "Para produzir mil peças por dia, eu precisaria de, no mínimo, R$ 2,5 milhões", conta. Ele já pediu por e-mail à Fundação Bill e Melinda Gates, que apoia projetos de desenvolvimento em países pobres, pedido de financiamento para a produção em escala. No plano interno, Benedito busca apoio do governo federal e de prefeituras que tenham interesse em instalar privadas tecnológicas em comunidades de baixa renda.
O modelo desenvolvido pelo inventor brasileiro é confeccionado em chapa de ferro e revestido de aço inoxidável no interior.
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