Com 58% de votos apurados, o partido do presidente José Eduardo dos Santos teve 74,46% dos votos, segundo a comissão.
A Unita, tradicional opositora do regime de Santos, está com 17,94% dos votos, seguida do novo partido oposicionista, o Casa, com 4,53%.
A votação ocorreu na véspera, e o comparecimento, com os números apurados até agora, ficou erm 57%.
Cerca de 9,7 milhões de angolanos estavam registrados para votar em mais de 10 mil seções.
A eleição vai indicar 220 legisladores.
Segundo a Constituição modificada em 2010, o líder do partido vencedor das legislativas se torna presidente da República, e o presidente José Eduardo dos Santos, no poder há quase 33 anos, deve permanecer no poder.
Ao final das eleições de 2008, o MPLA obteve 81% dos votos contra 10% para a Unita.
Terceira eleição nacional
Esta foi apenas a terceira eleição nacional desde que Angola conquistou a independência de Portugal em 1975, e a segunda desde o fim de uma guerra civil de 27 anos há uma década, cujas cicatrizes ainda podem ser vistas em edifícios danificados e vítimas de minas terrestres amputadas.
A previsão era de que o MPLA (Movimento Popular para a Libertação de Angola) vencesse confortavelmente, contra partidos de oposição menores e mais fracos.
Vendedor em Luanda, capital de Angola, mostra neste sábado (1º) jornais com notícias sobre a eleição da véspera no país (Foto: AFP)
Santos é o segundo líder da África com mais tempo no cargo depois do presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo.
Opositores e críticos da sociedade civil denunciam que ele criou um "Estado de uma pessoa", marcado pela corrupção desenfreada e o enriquecimento visível de uma pequena elite, incluindo sua própria família.
Antes da votação, Elias Isaac, diretor para Angola da Open Society Initiative for Southern Africa (Osisa), uma ONG pró-democracia, disse à Reuters que a eleição, unilateral, não poderia ser considerada um exercício crível de democracia.
"Nós não podemos realmente falar de eleições transparentes e justas", afirmou Isaac.
O poder monolítico do MPLA sobre o Estado e seu controle da maioria dos meios de comunicação locais deram vantagens claras em uma campanha desigual contra o ex-grupo rebelde Unita e outras sete coligações e partidos menores que apresentaram candidatos. Os líderes da oposição se queixaram de irregularidades nos preparativos para a votação.
O presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, vota nesta sexta-feira (31) em Luanda (Foto: AFP)
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