Um dos exames indicou a presença de um perfil genético masculino diferente do encontrado no sangue do executivo da Yoki Marcos Matsunaga. “Isso chamou muita atenção da gente, deixou, no mínimo, curioso”, falou ao G1.
Ele disse, porém, que precisa conversar com peritos antes de tirar conclusões. “A existência de sangue, você pode detectar por DNA até anos depois. Eu trabalho com situações técnicas e vou depender do esclarecimento do perito”, afirmou.
No laudo da Polícia Técnico-Científica, a perita Roberta Casemiro da Rocha Hirschfeld, responsável pelas conclusões, diz que em um dos cotonetes com as amostras coletas no apartamento há “um perfil genético compatível com uma mistura de material genético de no mínimo dois indivíduos, sendo ao menos 1 deles do sexo masculino”.
A perita completa que “nestes perfis, não foi observado relação de verossimilhança dos alelos neles presentes e os alelos presentes no perfil genético obtido do sangue da vítima Marcos Kitano Matsunaga, estando este excluído como possível gerador destas amostras.”
Em entrevista à revista IstoÉ, a especialista em perícia criminal Rosângela da Rocha Souza diz que a conclusão do laudo não deixa dúvidas que “um homem participou do esquartejamento”.
O promotor disse que deve ouvir os peritos que fizeram os exames de DNA e a reconstituição do crime e avaliar a necessidade de novas investigações. “Pode ser que algumas diligências outras possam ser feitas”, disse.
Cosenzo afirmou, no entanto, que a possibilidade da participação de outra pessoa não o causa surpresa. “Eu nunca escondi de ninguém que eu suspeito da existência de outra pessoa nos fatos posteriores à prática do crime.”
O advogado de defesa de Elize, Luciano Santoro, disse na noite deste sábado que “não dá para saber se esse sangue é do mesmo dia do crime”. “Poderia ser sangue de qualquer período. Porque foi achada uma mistura de sangue não quer dizer que há um terceiro envolvido”, afirmou.
Ele diz que as imagens das câmeras de segurança do prédio, analisadas pela polícia, não mostram nenhum homem, além de Marcos, subindo ao apartamento. “Todas as provas indicam que [Elize] praticou o crime sozinha”, completa.
Ré segue presa
Elize está presa no presídio de Tremembé, no interior do estado.
Ela confessou os crimes e está presa preventivamente, aguardando a Justiça marcar uma data para ela ser interrogada e decidir se a viúva será submetida a júri popular. A mulher sempre alegou que agiu sozinha.
O crime teria sido motivado pela descoberta da infidelidade e traição de Marcos. Para a acusação, a bacharel também queria ficar com um seguro de vida da vítima.
A ré aguarda a Justiça marcar uma data para a audiência de instrução que irá decidir se ela será submetida a júri popular pelo crime ou não. A defesa de Elize alega que ela só atirou após ter sido agredida pelo marido.
Comentários