"Vários estudos mostram uma ligação entre a diabetes tipo dois, o encolhimento do cérebro e a demência, mas ainda não sabemos muito sobre as pessoas que não tem diabetes e, mesmo assim, apresentam altos níveis de açúcar no sangue e os mesmos efeitos", afirmou Nicolas Cherbuin, autor do estudo e PhD pela Universidade Nacional da Austrália, em Camberra.
A pesquisa envolveu 249 pessoas, com idades entre 60 e 64 anos, que tinham taxas normais de açúcar no sangue, segundo os níveis definidos pela Organização Mundial da Saúde. Os participantes fizeram um mapeamento do cérebro no início do estudo e repetiram o procedimento depois de quatro anos.
Aquelas pessoas que apresentaram altos níveis de açúcar ou taxas abaixo de 6.1 mmol/l tinham maior chances de perda de volume em partes do cérebro, como no hipocampo e na amígdala, regiões que envolvem a memória e habilidades cognitivas. Segundo a OMS, em jejum, níveis 10.0 mmol/l ou maiores são definidos como diabetes e taxas como 6.1 mmol/l são consideradas pré-diabéticas.
Depois de controlados os fatores como idade, pressão arterial, consumo de cigarro e álcool, entre outros pontos, os pesquisadores descobriram que altos níveis de açúcar no sangue se relacionam entre 6 e 10% às ocorrências de encolhimento do cérebro. "Estes resultados sugerem que, mesmo em pessoas que não têm diabetes, os níveis de açúcar no sangue podem ter grande impacto na saúde do cérebro", alertou Cherbuin.
"Mais estudos precisam ser feitos, mas estas descobertas podem nos levar a reavaliar o conceito de níveis normais de açúcar e a definição de diabetes", completou o neurologista.
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