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Agronegócios
Terça - 04 de Setembro de 2012 às 17:51
Por: Leandro J. Nascimento

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O temor quanto a uma eventual contaminação da soja exportada para a China – hoje o principal comprador mundial do produto - levou a Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) a lançar um alerta para seus associados. Que eles não plantem nesta próxima safra a variedade da nova soja da Monsanto – Intacta RR2 Pro. Mato Grosso é o principal produtor brasileiro da oleaginosa com uma safra superior a 21 milhões de toneladas, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). A Monsanto não se posicionou oficialmente sobre o assunto.

A entidade teme os riscos oferecidos pela nova variedade nos carregamentos com destino ao mercado chinês. O país ainda não aprovou a tecnologia Intacta para a soja, produto desenvolvido com foco no mercado brasileiro. Ela já recebeu aprovação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), assim como para o mercado dos Estados Unidos, União Europeia e a Coreia do Sul.

Na noite dessa segunda-feira (3) em Canarana, município a 838 quilômetros de Cuiabá, onde participou do primeiro dia de atividades do projeto Estradeiro Aprosoja, o presidente da entidade, Carlos Fávaro, reforçou a orientação aos produtores. Disse que a associação não é contrária ao uso da biotecnologia, mas que os riscos devem ser anulados. “Não podemos proibir ninguém a plantar e não somos contra o uso da biotecnologia.Tudo isso tem que acontecer, mas quem determina isso é o nosso mercado”, afirmou Fávaro ao G1.

Mais cedo, a entidade divulgou uma nota à classe produtora com a orientação. Afirma a associação que ainda em 2011 a Monsanto comprometeu-se em não comercializar qualquer evento de soja cuja aprovação não estivesse concluída nos principais destinos de exportação da oleaginosa brasileira.

“Mesmo com todos os mecanismos de controle e monitoramento propostos pela Monsanto, verifica-se um enorme risco neste prematuro lançamento no mercado brasileiro de semente de soja da variedade Intacta RR2 Pro”, posiciona-se a Aprosoja.

Segundo Carlos Fávaro, a multinacional estaria condicionando o plantio da soja à assinatura de um contrato. Por meio dele, “repassa a responsabilidade ao produtor em caso de contaminação”. "Quem garante que haverá fiscalização para que este produto não contamine [a soja embarcada para a China]?”, questionou o dirigente durante sua passagem por Canarana. Para o presidente, produtores de Mato Grosso devem aguardar a aprovação da variedade de soja pelo mercado chinês.

Em 2011, a China importou 22,7 milhões de toneladas de soja do Brasil, movimentando US$ 11,2 bilhões em negócios.

A Monsanto não se posicionou oficialmente até o fechamento desta reportagem sobre a carta de alerta da Aprosoja. Segundo a assessoria de imprensa da empresa, o plano de posicionamento da Intacta ainda não foi anunciado no país, o que pode acontecer nos próximos dias.





Fonte: Do G1 MT

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