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Nacional
Quarta - 12 de Setembro de 2012 às 09:44

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Foto: Divulgação/ Bope
Palco de oito mortes e um desaparecimento no último fim de semana, o Parque Natural de Gericinó, em Mesquita, na Baixada, passou a ser temido por moradores e considerado uma espécie de área de lazer do tráfico. Para familiares e amigos das vítimas, o território pertence ao poder paralelo.

— Gericinó foi delimitado pelos vagabundos. Da guarita sobre a barragem em diante, ninguém passa. Ali, nem o Exército nem a Polícia Militar podem entrar. Virou um parque de lazer para os vagabundos, porque ninguém pode passar — desabafou o pedreiro Cildes Vieira do Espírito Santo, no enterro do filho Christian de França Vieira, de 19 anos.

O jovem é um dos seis rapazes, com idades entre 16 e 19 anos, que estavam a caminho da cachoeira das Pedrinhas, no Parque de Gericinó, quando foram sentenciados a morte por traficantes por causa de uma música no celular de um deles, que reproduziu funk de apologia a uma facção rival aos bandidos. Desaparecidos desde sábado, seus corpos só foram encontrados anteontem, à beira da rodovia Presidente Dutra.

Uma moradora da área, que preferiu não se identificar, disse que, dias atrás, militares faziam um exercício de rotina, próximo a uma guarita no campo de instrução do Exército, quando cruzaram com traficantes.

— Os bandidos estavam armados e mandaram eles voltar — contou.

A versão foi desmentida pelo Comando Militar do Leste. O Exército também contestou a versão de que os garotos tinham ido a uma cachoeira em área militar. Segundo os militares, não há provas de onde foi o local exato da captura.

— Não podemos afirmar que traficantes não entraram, porque é a área extensa, de mata nativa. Mas não temos nenhum registro de que eles interromperam um exércício militar. Nunca iríamos admitir isso — disse o coronel Saulo Chaves dos Santos, chefe de comunicação social do Exército.

Como resposta à ação dos bandidos, a PM irá instalar uma companhia na favela da Chatuba, em Mesquita, que deve começar a funcionar na próxima segunda-feira. A nova unidade terá 112 homens — 64 deles estiveram no Batalhão de Campanha na ocupação do Complexo do Alemão, em 2010. A companhia será comandada pelo tenente Ricardo Araújo Delgado, do 20 BPM (Mesquita).

— São policiais que adquiriram experiência numa área em processo de pacificação. Isso pode fazer a diferença — afirmou o coronel Frederico Caldas, relações-públicas da Polícia Militar.






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