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Cidades
Quarta - 12 de Setembro de 2012 às 13:27

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Os produtores da região leste de Mato Grosso sofrem com os custos a mais que têm que desembolsar para levar o calcário até suas propriedades. O insumo é essencial para correção do solo, especialmente em áreas novas ou que antes eram pasto e estão sendo convertidas para agricultura. Infraestrutura e logística não acompanham o crescimento já observado na região, que já está sendo considerada a nova fronteira agrícola do Mato Grosso.

De acordo com informações de produtores da região, do ano passado pra cá, custo do frete para transportar uma tonelada do mineral teve alta de 30%. A equipe do Estradeiro Aprosoja, que percorreu entre os dias 3 e 8 de setembro a BR-158, pode conferir in loco a situação da MT-326, importante via para escoamento da safra de grãos do Leste e também para o transporte dos insumos. São muitos buracos, pontes que precisam ser refeitas, bueiros para que possa haver drenagem da água no tempo das chuvas.

Para Odair Sangaletti, delegado da Aprosoja em Canarana e produtor há mais de 30 anos, o valor gasto a mais com o frete poderia ser investido em fertilizantes e outros insumos necessários para a produção. “A pavimentação da MT-326 reduzirá o custo do frete e as entregas de calcário poderão ocorrer durante todo o ano, e, com isto, garantir que o solo fique pronto no tempo adequado para o plantio”, afirmou.

De acordo com o gerente institucional da Aprosoja, Nery Ribas, o calcário para fins agrícolas é utilizado para corrigir a acidez do solo e ao mesmo tempo fornecer cálcio e magnésio, substâncias indispensáveis para a nutrição das plantas. “Em hectares novos, de primeiro plantio, usamos em média de cinco a seis toneladas de calcário para fazer a calagem do solo. Em áreas de cultivo, fazemos a correção a cada três, quatro anos e se utilizam cerca de 1,5 a duas toneladas. E deve ser aplicado pelo menos 45 dias antes do plantio, assim receberá a primeira chuva e reagirá ao solo”, explicou Ribas.
Segundo Sangaletti, o calcário representa aproximadamente 30% dos custos de produção de soja em áreas convertidas. Para efeito de comparação, em uma área que já vem sendo trabalhada, o insumo representa 15% dos custos.

OBRAS - A pavimentação da MT-326 deve iniciar em 2013 e o investimento deve ser na ordem de aproximadamente R$ 945 milhões de reais, segundo o engenheiro da Secretaria de Estado de Transporte e Pavimentação Urbana (Septu), Tércio Lacerda. “Um custo aproximado de R$ 700 mil reais por quilômetro”. Os recursos para execução deste projeto sairão do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).  Segundo Tércio, no momento esta sendo feito o projeto executivo final e só após a conclusão serão tomadas providências para o processo de licitação das obras.
A MT-326 compreende 135 quilômetros e interliga os municípios de Cocalinho e Nova Nazaré, chegando a BR-158, no Posto Rei da Estrada. É neste trecho que estão instaladas as duas jazidas de calcário que abastecem a região: Serra Dourada e Roncador. Juntas, as duas jazidas são responsáveis pelo abastecimento de mais de 10 municípios e uma média de 200 caminhões são carregados por dia.

O embarcador da Cooperativa de Transportes Rodoviários de Mato Grosso, Cootromat, sediada em Canarana, José Pablo, fala sobre a dificuldade que os caminhoneiros enfrentam para o carregamento do calcário. “A fila é grande e normalmente se espera para carregar o caminhão de um dia e meio a dois dias. Os caminhoneiros reclamam muito por perderem tempo na fila. Se a MT-326 fosse pavimentada poderíamos fazer até três viagens por semana”, comentou José Pablo.
O proprietário da usina de calcário Serra Dourada,Walter Annicchino, explica que esse tempo de espera para carregamento é devido ás péssimas condições da estrada, o que intensifica a fila de carregamento. “Essa demora é porque temos que carregar calcário do ano inteiro em seis meses. Se tivemos a estrada pronta, ao longo do ano poderíamos fazer com que houvesse um melhor equilíbrio na saída e na entrada de caminhões. O que melhoria o fluxo e poderíamos trabalhar o ano todo”, finalizou Walter.

As duas jazidas operam com 16 moinhos e juntas podem produzir 1 milhão de toneladas de calcário ao ano. Para 2013, seis novos moinhos devem ser instalados, o que elevará a produção. Segundo a empresa a explicação para o investimento é a ampliação da área produtiva localizada no Leste mato-grossense.
 






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