Montanha, de 36 anos, foi preso em flagrante em 2011 pelo Gaeco; 5 agentes foram absolvidos
Justiça condena policial civil a 16 anos por tráfico de drogas
A Justiça condenou a 16 anos de prisão o policial civil Edivaldo dos Santos Moraes, o “Montanha”, de 34 anos, pelos crimes de concussão (praticado por funcionário público, que se aproveita da função pública) e tráfico de drogas, em Cuiabá. O policial foi preso em maio do ano passado.
A sentença, anunciada no final da tarde de quarta-feira (12), pela 9ª Vara Criminal da Capital, somou os oito anos por duas concussões – pela apreensão do entorpecente e pela extorsão ao traficante – e oito por tráfico.
Outros cinco policiais civis acusados de suposta participação no esquema foram inocentados.
São eles: Manolito Delfino Cesar, Airton Borges Junior, o “Borjão”, Cláudio Roberto da Costa, Paulo Brito e Edson Martins da Silva, o “Gaguinho”, que já estão em liberdade e considerados pela Justiça aptos a reassumirem suas funções na Polícia Judiciária Civil.
Para o advogado Janone Pereira, que defende os policiais Cláudio e Edson, a Justiça tomou a decisão correta, pois levou em conta a ausência de provas contra seus clientes. “Com essa decisão, se fez Justiça”, afirmou.
Montanha e os demais policiais estavam presos desde maio do ano passado, após agentes do Grupo de Atuação Especil Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual, desarticularem o esquema, que envolvia a extorsão de pessoas que estavam com a prisão preventiva decretada por tráfico de drogas.
Inicialmente, o Gaeco prendeu Montanha, em flagrante, quando ele tentava extorquir um homem com a prisão preventiva decretada por tráfico de drogas.
Ele estaria cobrando R$ 10 mil para não prendê-lo, mas a vítima acabou procurando o Gaeco, que preparou a consumação do flagrante.
Assim que Montanha foi preso, os policiais do Gaeco revistaram a viatura usada pelo policial e encontraram uma mala com 14,5 quilos de maconha.
A prisão dos demais policiais ocorreu dias depois, sendo que Edson Martins, o "Gaguinho", respondia pelo crime em liberdade e Cláudio Costa estava em prisão domiciliar.
Flagrante
Conforme o Gaeco, Montanha procurou uma pessoas (nome não revelado) que estava com a prisão preventiva decretada por tráfico de drogas e teria pedido R$ 10 mil para que ela não fosse presa.
O traficante, então, procurou o Gaeco, que entendeu se tratar de concussão, mas precisava de uma prova para dar materialidade no crime.
A vítima, então, marcou um local, próximo à Ponte Sérgio Motta, em Cuiabá. Lá, com uma câmera oculta, gravou a entrega do dinheiro ao policial, que saiu numa viatura da Polícia Civil.
Em seguida, os agente do Gaeco abordaram Montanha, que ainda tentou resistir a prisão. “Ele chegou a tirar a jaqueta, para tentar descaracterizar o crime”, explicou o procurador Paulo Prado, chefe do Gaeco, no dia da prisão .
Com a materialidade do crime o policial civil foi levado para o Gaeco, onde foi confeccionado o flagrante. Ao checar a viatura, os policiais depararam com a mala com o entorpecente.
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